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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O recobro

Acordei, penso que noutra sala, não me lembro de como era o bloco, nem me lembro muito bem do recobro. Sei que havia um relógio na parede mesmo uns metros à minha frente, penso que eram perto de duas da manhã, não sei, nessa altura não prestei muita atenção às horas. Assim que acordei o enfermeiro que estava a tratar de mim disse-me que o bebé estava bem, acho que me perguntou o nome, mas isso é apenas uma memória vaga, desatei a chorar, nessa altura estava convencida de que a culpa tinha sido minha, a culpa de tudo ter corrido mal, ainda não tinha tido tempo para digerir a e avaliar a forma como as coisas tinham  acontecido, muito menos para raciocinar, ao mesmo tempo que foi uma eternidade, foi tudo muito rápido... estava a tremer descontroladamente de frio, e tinha uma comichão horrível na garganta, o enfermeiro disse-me que era por causa dos tubos, não me lembro se tossi ou não, mas lembro-me que tinha receio de o fazer, afinal quando tossimos contraímos abdómen, e o meu tinha sido acabado de cozer. Como eu tremia de frio o enfermeiro pôs-me uma espécie de manta por cima e de lado meteu um tubo que mandava quentinho, para me aquecer. Depois limpou-me as costuras e fez-me o penso, acho que havia outra enfermeira no recobro, sei que o enfermeiro falava com alguém, mas se a vir não sei dizer quem é. Depois ouvi qualquer coisa como "o pai já pode entrar". O Pedro veio-me ver e disse-me: "Dizes que todos os recém nascidos são feios, espero que isto te faça mudar de ideias" e mostrou-me uma foto que tinha tirado na neonatologia.
Esta foi a primeira vez que vi o meu filho. O Pedro disse-me que tinha nascido em paragem cárdio-respiratória, la desatei eu a chorar outra vez, disse que não sabia exactamente como é que ele estava porque o médico não tinha cedido muita informação. Ainda me falou no braço dele que nesta foto aparece muito branco, também estava preocupado com isso. Depois dele saír perguntei ao enfermeiro, ele explicou-me que há bebés que quando têm um parto traumático, a circulação leva algum tempo a voltar a normalidade, e que o mais provável era ser apenas má circulação.
Perguntei quando o podia ver, disse-me que só depois de ter alta do recobro, que acabou por ser às 3 e meia da manhã. A dada altura no meio disto tudo, entrou outra pessoa no recobro, um rapaz que tinha sido operado ao apêndice e que só fazia era gemer. O enfermeiro ainda lhe disse qualquer coisa como, não tem vergonha de estar assim, está aqui uma mãe a recuperar de uma cesariana e não abre a boca. Depois ouvi-o estar a dizer à outra enfermeira que lá estava que os homens são muito mariquinhas e que contra ele estava a falar. Passei o tempo que esperei para ter alta do recobro a olhar para esta fotografia, ansiosa por ir ver o meu filhote.... o que ainda ia demorar muitas horas, eu é que não sabia.

O parto (continuação)

Depois do que contei está tudo muito vago na minha cabeça, lembro-me vagamente de me terem passado para uma maca, de estar na sala de espera, à espera do elevador, lembro-me que a minha sogra estava sentada numa cadeira a olhar para mim. O Pedro disse-me que esteve comigo, a segurar-me na mão e a dar-me força, mas disso eu não me lembro. Ele ainda me contou que os médicos estavam já em pânico a carregar no botão para chamar o elevador, até que alguém se lembrou de usar a chave de emergência. Não me lembro da viagem nem de me terem transferido da maca para a mesa operatória, mas lembro-me que estava deitada de braços abertos, e que me estavam a meter catéters, no bloco operatório foram 3, acho eu, sei que fiquei com buracos nas duas costas das mãos e na parte de dentro dos dois pulsos, não sei exactamente quando é que puseram uns e tiraram. Depois o anestesista veio dar a epidural para a cesariana, mas no mesmo instante abriram-me e tiraram o bebé, eu gritei que estava a sentir tudo e meteram-me uma máscara, não me lembro do cheiro, mas lembro-me que era agradável, e lembro-me de pensar que se calhar tinha de respirar fundo. Assim fiz, e é a última coisa de que me lembro.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O parto

Parei de escrever às 34 semanas, a gravidez durou até as 41. Não tenho escrito porque não tenho tido muito tempo, mas de certa forma também tenho evitado um pouco porque não gosto muito de me lembrar daquele que deveria ser o momento mais bonito e feliz da minha vida, que ficou manchado pela incompetência dos profissionais que temos no nosso país... Nas últimas semanas de gravidez, tirando uma suspeita de perda de líquido amniótico às 39 semanas, não houve mais percalço nenhum, claro que o cansaço das últimas semanas, as dores no corpo, e a falta de conforto não contam como percalços... No dia em que fiz as 39 semanas houve a suspeita de perda de líquido, e então fui ao hospital para ser vista... estava tudo bem, foi falso alarme, o médico que me observou, cujo nome não vou divulgar por razões de carácter (pouco) profissional, mandou-me lá estar as 9 da manhã do dia em que completaria as 41 semanas, se o bebé não nascesse antes... não nasceu... por isso no dia 30 de Julho as 9 da manhã estava a ser internada no piso 5 (maternidade e neonatologia)... fui logo vista por uma enfermeira, posta a soro e fiquei na cama 5 se não me engano... é um internamento muito temporário uma vez que as gravidas permanecem naquele quarto até irem para a sala de partos, e daí já vão para outro quarto. 
Às 11 da manhã, já com a bata do hospital vestida, deram-me um comprimido para meter de baixo da língua, para provocar o parto... ao mesmo tempo deram também à rapariga que estava na cama ao lado, na cama 6. Ela começou logo a ter contrações, coitada gemia, chorava, estava acompanhada pela mãe... Não tinha a certeza se podia levar epidural, acho que a contagem das plaquetas dela não estava muito boa... a certa altura veio uma enfermeira e rebentou-lhe as águas... a partir daí a rapariga não se calou mais, chamava-se Patrícia também, e se não me engano era uma menina que ia ter. Esteve ali mais cerca de uma hora entre gemidos e choro e queixas até que a mãe dela chamou uma enfermeira. A enfermeira observou-a,  e disse que tinham de ir já para a sala de partos, porque o bebé estava mesmo para nascer, ela fez a dilatação toda num instante. Nunca mais me esqueço de ela no meio de lágrimas perguntar: "Então e a epidural?", e a enfermeira responder-lhe, "agora já não dá tempo, você foi muito rápida". Ao que ela lhe responde: "Então e agora?" e a enfermeira: "Então agora vai parir!"... ao mesmo tempo que me deu pena dela, deu-me vontade de rir... olhei para o Pedro e disse: "Coitada!!" Mal sabia eu o que me esperava...
O tempo foi passando, eu só pensava em comer, e dores era mentira, a certa altura o médico apareceu e perguntou se não havia dores, acenei que não, e ele respondeu: "Sem dores não há bebé!" Esse médico andava sempre com uma médica, devia ser equipa, ou qualquer coisa do género, ela era espanhola... Não me lembro bem, tenho as memórias desse dia um pouco vagas, não sei bem precisar o que aconteceu antes e o que aconteceu depois... sei que me fizeram muitos toques nesse dia, cada um mais doloroso do que o outro, e contracções nada... até que às 4 da tarde, a espanhola me fez mais um toque e aí sim comecei a ter contracções. E aguentei-as até as 6 da tarde, altura em que já não dava para descansar entre uma e outra, eu mordia os dedos, e fiz de tudo para fazer o menor barulho possivel, não quis parecer marquinhas... o pedro desde as 5 que me estava a perguntar se queria que chamasse a enfermeira, e eu sempre a dizer que não queria chatear, mas as 6 já não estava a conseguir lidar muito bem com as dores e deixei o Pedro tocar à campaínha... Apareceu uma enfermeira que olhou para o CTG e disse "pois, está cheia de contracções" e saiu, para ir chamar a enfermeira obstetra, ela veio, veio a médica também, fizeram-me toque as duas, estava com dois centimetros de dilatação, a médica comentou que eu não estava a reagir muito bem ao toque e mandaram-me para a epidural. Nesta altura o Pedro teve que sair, não podia estar comigo, então esteve a ajudar a enfermeira, ou auxiliar, não sei, a mudar as minhas coisas de quarto. Na sala de partos estava o anestesista e a enfermeira, mandaram-me sentar tipo panda, pelo menos foi como me senti, e estar quieta. O anestesista anestesiou localmente a zona onde ia por o cateter, e foi fazendo o trabalho dele, às pàginas tantas a enfermeira passou-me com um dedo na sola do pé, e comentou, "olha, não tem cócegas" respondi que tinha sim, ela ficou admirada, "nem sequer deu sinal", respondi-lhe que me tinham mandado não me mexer, e ela começou-se a rir. Gostei desta enfermeira, era simpática. Lá me dera a anestesia, aliviou-me logo as dores, o Pedro depois pode entrar, e ficou lá comigo. Até consegui dormir um bocadinho. Às 8 da noite o efeito da anestesia começou a passar e chamei a enfermeira, disse-lhe que já tinha dores outra vez, ela foi à procura do anestesista, estava a jantar. Disse-lhe que as dores ainda eram suportáveis e que podia esperar que o senhor acabasse de jantar. 10 minutos depois lá estava ele, a dar-me a segunda dose de epidural, disse-me que aquela dose era diferente e que ia demorar mais tempo a sentir alívio... mas a diferença não era só essa, aquela dose de epidural apenas me aliviou as dores, não me as tirou por completo... entretanto a enfermeira fez-me novo toque para ver como tinha evoluido naquelas duas horas... não tinha, continuava com os mesmo dois centimetros de dilatação, só que quando me fez o toque apercebeu-se que eu estava a ter uma contracção e que tinha ali uma especie de um buraquinho por onde me podia romper as águas... assim fez, comecei a sentir tudo lá em baixo muito quentinho, com isto conseguiu mais um centimetro de dilatação... as 10 da noite a mesma história, mais dores, e uma dor constante do lado esquerdo da barriga, essa nem passava nem aliviava, disseram-me que devia ser por causa da posição do bebé. Os médicos estiveram na sala, novo toque, mais um centimetro... não fiz um centimetro de dilatação sozinha... eram eles que ma faziam, de cada vez que me mexiam. Entretanto a equipa juntou-se toda ali, médicos, enfermeira, anestesista, tudo à espera e a ver o tempo a passar, a certa altura aperceberam-se que o Tiago já não ia nascer no dia 30. Quando se cansaram de estar ali na conversa disseram que se iam sentar por ali, à espera. À meia noite novas dores, desta vez não me deram logo a epidural, a enfermeira veio e mexeu-me e disse que tinha rebordo, andou para ali a mexer e 6 centimetros, disseram eles que eu estava a fazer um centimetro por hora, mas na verdade não foi assim, coincidiu com os toques que me fizeram, depois veio a médica e mexeu também, 7 centimetros, nesta altura já eu estava cheia de dores. Decidiram então começarem com o parto, ao 7 centimetros, com rebordo, após decidirem o que queriam fazer o anestesista deu-me nova dose de anestesia, e explicou que só não ma tinha dado antes porque precisava saber o que iam decidir porque consoante a decisão dos médicos era o tipo de anestesia que me ia dar, que a espera não era pelo prazer de me ver sofrer. E assim começou o suplicio, fazer força sem ter aquela vontade que dizem que se sente com as contracções... de alívio nao conheci nada, aquela anestesia foi o mesmo que nada. Nao vou entrar em muitos pormenores até porque não me consigo lembrar bem por que ordem é que as coisas se passaram.  Houve sucessivas tentativas com ventosas, lembro-me do barulho que a ventosa fazia quando se soltava da cabeça do Tiago, a dada altura cortaram-me, a dada altura mandaram o Pedro saír e veio a enfermeira para o lugar dele, a dada altura estava a médica sentada na minha barriga comprimindo-me a caixa torácica, eu não conseguia respirar fundo para fazer força, disse que não conseguia respirar, respondeu-me que se estava a falar estava a respirar, a dada altura usaram forceps, eu quando comecei a não conseguir respirar comecei a entrar em pânico, comecei a espernear, soltei uma das pernas que estava presa, empurrava a médica... enfim, lembro-me de fazer força uma das vezes, o médico dizer que estava quase mas eu sentia a cabeça do Tiago encostada aos meus ossos e disse que ele não passava. Lembro-me do médico dizer que eu não estava a ajudar o bebé, vagamente lembro-me da médica dizer que se calhar era melhor a cesariana, e o médico responder que ia tentar só mais isto, e depois mais aquilo... perdi a noção do tempo... e lembro-me como se tivesse acabado de acontecer, o médico pousar o forcép cheio de sangue em cima da mesa de apoio e dizer: "Pois, ela realmente não tem estrutura"...
E o Tiago está a acordar, continuo quando tiver oportunidade.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mudanças

Da última vez que escrevi tinha ido à obstetra e ela tinha-me mandado fazer um ecocardiograma ao Tiago porque não consegue ver a saída dos grandes vasos. Fui na segunda feira seguinte a Évora e estava tudo bem. 
Entretanto neste meio tempo muita coisa aconteceu, como estou desempregada já há dois anos e meio o meu subsídio de desemprego acabou, pelo que fui pedir o subsequente, foi-me negado! Em resumo temos de viver os 3 com o ordenado mínimo que o Pedro recebe até eu conseguir arranjar trabalho. E nem subsídio de maternidade vou ter porque não estou a receber subsídio de desemprego, tudo boas notícias. O Tiago está bem, a mãe é que se andou a portar mal... eu explico, primeiro a tia-avó do Tiago pediu para decorar o quartinho dele, ela gosta muito dessas coisas. Então compramos a tintas das cores que ela queria e tratou-se do quarto... ficou tão fofinho!!! Depois o resto da casa também precisava de ser pintada porque estava toda amarela do fumo da lareira. Pintamos a casa toda, o Pedro, o pai dele e eu (onde chegava que ninguém me deixava subir para o escadote), já está pintada, falta a limpeza que já foi feita na sala de entrada pela minha sogra, pela mãe dela e a decoração pela tia do Pedro, e a da casa de banho, que fui eu que fiz sozinha num dia que o Pedro não estava em casa. Esfreguei chão e azulejos das paredes, as loiças, bancadas e banheira. No dia a seguir ainda me pus com pinturas e lavagens e o resultado foram umas dorezitas tipo moinha do periodo e umas picadas fortes e agudas na parte de baixo da barriga. Anteontem liguei para a médica, e ela mandou-me ir ter com a enfermeira obstetra para fazer um CTG para ver se eram contracções ou outra coisa qualquer. O meu sogro falou com ela e ela mandou-me ir ter com ela as 3 da tarde. Fui. Lá fiz o CTG e tenho umas contracções não muito intensas e irregulares, nada de alarmante se nestas 3 semanas eu parar sossegada e em repouso. Ela disse que até as 37 semanas tem de ser, porque o Tiago ainda não tem maturidade pulmonar para respirar sozinho, e se nascesse agora teria de ir para a incubadora. Depois das 37 semanas, disse a enfermeira, posso fazer as limpezas e pinturas que quiser, mas que se as começar é provável que não as acabe! Portanto mais duas semanas e dois dias de repouso e depois posso ir jogar à bola, hehe! Estou a brincar. E são estas as mudanças que têm ocorrido nestes últimos tempos. Agora é esperar que o tempo passe sem mais nenhum percalço. 

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Consulta

Ontem foi dia de obstetra. Grande esperança em conseguir fotografar a carinha do Tiago. Nós conseguimos ver as bochechas mas não se percebe nada na ecografia. Mas são umas bochechas tão fofinhas. Eu tive fome antes da consulta, por isso o Pedro foi comprar uns donuts que comi antes de entrar. Resultado: o Tiago estava a mastigar. Como já foi dito pela enfermeira obstetra, ele já deu a volta, já está em posição de nascer. Deve ser ansioso como a mãe. Segundo a médica está tudo bem, pesa 1,750 Kg e na balança da médica eu peso 51,5. Ela olhou para mim e disse que lhe parecia que eu me estava a portar bem, mas que se passasse dos 51 e 400 que ralhava comigo, não ralhou :)
Os batimentos cardíacos do Tiago estão a 125, tem tudo formado e vai nascer com o peso de cerca de 3 quilos podendo variar entre os 3 e os 3,200, mas que se nascer com 2,900 também não está mal. Ela disse que tendo em conta o meu corpo, está com um peso óptimo para mim e que está gordinho, pelo menos bochechas daquelas que dá vontade de apertar tem :) Os testículos já desceram para as bolsas. De tudo o que ela pode ver está tudo normal, apenas com um pequeno senão, ela não conseguiu ver as saídas dos grandes vasos do coração e por isso mandou-me ir fazer um ecocardiograma fetal a Évora. Disse para não nos preocuparmos porque por vezes não se conseguia ver, mas não explicou porque é que precisava de ver a saída dos vasos. Claro que tanto eu como o pai ficamos apreensivos. Por isso quando cheguei a casa fui ver ao google. Encontrei vários fóruns onde algumas grávidas tinham tido a mesma situação, e estava tudo bem com os bebés, pelos vistos é frequente não se conseguir ver numa ecografia normal. E depois fui ver para o que era esse exame. No fundo é um dos muitos despistes que as grávidas fazem. Neste caso para despistar uma patologia chamada de vasos trocados, que tal como o nome indica ocorre quando os grandes vasos do coração estão trocados. Isto é um problema grave porque se não for detectado o bebé nasce e como as artérias estão a desempenhar as mesmas funções que estariam se não estivessem trocadas, o cérebro não chega a ser oxigenado, por isso nestes casos tem de estar uma equipa de cardiologia preparada para assim que o bebé nasce efectuarem uma intervenção provisória para abrir um canal entre as duas válvulas do coração para poder haver as trocas necessárias. Posteriormente o bebé é submetido a nova intervenção cirúrgica para corrigir o problema. Por causa disto é que é tão importante o diagnóstico durante a gravides. Ora, se não se consegue ver a saída dos vasos também não se consegue verificar que estão a saír do sítios certos, e por isso ser tão importante ir a Évora fazer o exame. Há-de estar tudo bem com o Tiago. Só estou um pouco ansiosa, como é normal.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Quase 31 semanas

Olá, boa noite. Há muito tempo que não escrevo, tenho andado entre resoluções de problemas e acaba-se-me o tempo para dedicar ao blog. A última vez que escrevi tinha acabado de fazer a eco das 20 semanas. Foi há cerca de 10 semanas atrás. Em 10 semanas a barriga cresceu imenso, estou com 52 quilos...
Nestas 10 semanas andei a tratar das coisas por causa do desemprego estar a acabar, pedir o subsídio de natalidade que, a propósito já recebi, apesar de não ter recebido carta nenhuma da segurança social, e até foram relativamente rápidos, levaram cerca de três semanas a pagar. E depois andei, e ando, um pouco atarefada com a universidade.
Acerca do Tiago, vou marcar consulta para a semana para o ver, mas tem estado bem. A mãe é que tema andado um pouco pior, a azia é recorrente, comecei cedo com dores no nervo ciático, a anteontem já me incharam as pernas porque andei ao calor. Arranjar posição para dormir é mentira, geralmente quando consigo adormecer já há passarinhos a cantar. Mas o reguila, já o é antes de nascer, não pára quieto nem de dia nem de noite. A minha barriga está sempre cheia de altinhos, porque volta e meia espeta-me qualquer coisa, não sei se é um pé, uma mão ou um cotovelo. Está sempre colado ao lado direito, e tem soluços cerca de 3 vezes por dia. Agora quando quero que ele se mexa para mostrar as pessoas dou umas festas na barriga, quando não está do contra responde :). Aparte de todos os incómodos que a gravidez trás, estas pequenas coisas são muito engraçadas, principalmente quando o pai acorda a levar pontapés nas costas hehe.
Apesar de estar sempre a receber elogios de toda  a gente, que diz que estou muito elegante, sinto-me um pote. Já não vejo os pés e já é o Pedro que tem de me cortar as unhas e calçar-me as meias, lol. Canso-me muito depressa e tenho tonturas e falta de ar. Enfim, só coisas boas de que eu depressa vou esquecer quando o rebento nascer.
No mês passado fomos a um casamento. Fica aqui uma foto desse dia, foi há cerca de um mês.

segunda-feira, 5 de março de 2012

É um menino!!!!

Hoje foi um dos dias de maior ansiedade desde as horas que se seguiram à decisão de fazer o teste de gravidez... a ansiedade por saber! Na altura por saber se estava grávida ou não, hoje porque era dia de consulta e em princípio já se conseguiria ver o sexo do bebé! Até hoje sempre que falava dele, dizia ele porque era o bebé, quando falava com ele dirigia-me a ele como bebé ou criança...
Assim que acordámos as primeiras palavras do Pedro foram: "-Amor, é hoje!" Levantámos-nos e despachámos-nos porque já era tarde e a consulta era às 15:50... era...
Tratámos de tudo o que tínhamos a tratar e lá fomos a caminho de Beja. Chegámos cedo, o Pedro ainda me disse que se quisesse podíamos ir ao Continente, mas eu estava tão ansiosa que disse que não, que queria ir logo para o consultório, a marcação antes da nossa podia estar despachada mais depressa ou assim... Não estava, na verdade tínhamos 3 marcações à nossa frente, o resultado foram duas horas de espera ansiosa! E mais estávamos a pagar, imagino se não estivéssemos :(
Quando nos chamaram entrámos, a médica pediu-me o boletim, dei-lho junto com as análises que tinha ido fazer na quarta feira passada. Depois de ver as análises e de apontar os valores disse que ia receitar-me mais um suplemento de ferro porque estou um pouco anémica. Mediu-me a tensão: 12-6, um pouco mais alta do que o costume, talvez por causa da ansiedade, mas a médica disse que estava óptima. Depois fui-me pesar, de acordo com a balança dela peso 48,400... uma vez que não me peso sempre nas mesmas balanças, (uma vez por mês é na da enfermeira da médica de família, uma vez por trimestre é na da enfermeira da enfermeira obstetra, e depois as consultas com a médica) por isso os valores diferem um pouco. A última consulta que tinha tido com a médica foi às 13 semanas e dois dias, pesava 28 na altura, de acordo com a balança da médica ganhei 400 gramas em 6 semanas e 5 dias... é de notar que estive doente neste intervalo, constipada. Seja como for e seja qual for a balança em que me pese uma coisa é certa: como a minha mãe diz sou uma vergonha de grávida que nem 50 quilos peso (risos).
De seguida foi a ecografia, o estudo morfológico, mais propriamente dito. Assim que a médica encostou o aparelho à barriga perguntou logo se queríamos um rapazinho. Foi a primeira coisa que se viu, (desavergonhado!!!) Depois seguiu-se o estudo para ver os orgãos todos e os membros... onde eu via manchas brancas e pretas a médica via uma imagem 3D de alta definição, o que interessa é que ela perceba e nós abanamos que sim com a cabeça de cada vez que ela pergunta: "Estão a ver?" (risos) De qualquer forma estava tudo no sítio bem formado e normal para a idade gestacional. O nosso Tiaguinho pesa 330 gramas. Ainda é tão pequenino!!