Visitas

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Como tudo começou...

Bem não vou aqui explicar como é que fiz, evidentemente, pois presumo que toda a gente saiba como se faz... :)
Tudo começou em Outubro, aliás, mais cedo em Julho que foi quando deixei de tomar a pílula porque já a tomava há muitos anos e resolvi parar até porque estava a trabalhar numa piscina como vigilante e tinha a cara cheia de manchas por causa do sol e da pílula, era aquilo a que curriqueiramente chamam de "pano" e que curiosamente costuma surgir durante a gravidez... como devem calcular não é agradável ter a cara com manchas acastanhadas principalmente quando estas se concentram na zona do buço :( enfim, seja como for deixei de tomar a pílula. Como estou desempregada, eu e o Pedro já tínhamos falado em ter um bebé, mas que esta não seria a melhor altura, mas que quando eu conseguisse um emprego que começaríamos a tentar. Para esclarecer algumas dúvidas eu estava, e estou a trabalhar num programa ocupacional através do centro de emprego, portanto apesar de trabalhar a minha situação mantém-se como desempregada uma vez que estou a receber o subsídio de desemprego em vez de um ordenado a sério, e não faço descontos. Mas continuando, deixei então de tomar a pílula e começamos a ter algum cuidado (não muito, diga-se de passagem). Em Outubro do ano passado lá veio a menstruação, como sempre, atrasada meia dúzia de dias, como sempre (nunca fui muito certa) e lá fizemos a nossa vidinha (não foi bem como sempre)... os dias foram passando e eu, distraída como sou nem dei pelo tempo passar e que deveria fazer as contas (mais ou menos porque não é fácil para pessoas que não têm o período muito certo) para ver se estaria ou não próxima do período de ovulação... na tarde seguinte à noite da brincadeira fui à casa de banho fazer um xixi e quando me limpei apercebi-me que estava a ovular :  ups!
Nessa tarde quando o Pedro chegou a casa contei-lhe! Nessa mesma semana contei à minha melhor amiga essa possibilidade, e ela disse : "Também não há-de ser logo assim tiro e queda logo ao primeiro descuido!" (risos).
O tempo foi passando, e passando e eis que fiquei descansada (pode parecer que eu não queria esta gravidez, mas era apenas pelo motivo de estar desempregada, no fundo queria muito, mas estava a espera de ter uma altura melhor), continuando, fiquei descansada porque comecei a ter cólicas e dor no peito e TPM, tudo ao mesmo tempo. O período estava para vir e havia de chegar dentro de 5 ou 6 dias (ou 9 meses, lol). Entretanto o tempo foi passando, passando e o dito incómodo não havia meio de aparecer e o peito cada vez me doía mais, e estava a ficar mais inchado do que o que era costume na altura da menstruação. A estes sintomas juntaram-se outros que não eram de todo naturais em mim. Sempre fui um pisco para comer, o meu peso normal situa-se entre os 42 e os 45 quilos, e quando vou ao macdonalds nunca consigo comer mais do que meia duzia de batatas se não o CBO fica a meio... Dou por mim certo dia no Mac. a comer 2 nuggets um CBO, batatas até mais não, e ainda comi mais dois nuggets que a minha irmã deixou. Resultado: O Pedro olhou para mim e perguntou: - o que é que se passa contigo? e eu com olhinhos de cachorrinho abandonado respondi: - Então... tenho fome!!!, juntando ao aumento de apetite as tonturas matinais e o olfacto apurado certo dia de manhã estava no trabalho (estou a trabalhar num escritório, ainda pelo tal programa ocupacional) e uma das minhas colegas abre um pacote de pastilhas ... (um aparte) tenho 3 colegas no gabinete, duas delas são mães, uma de um menino de ano e meio e a outra de um menino de 9 meses, na altura tinham 14 e 7 meses, respectivamente. A que é mãe do menino de ano e meio todos os dias, ou quase, me dizia : -"Não queiras começar a pensar em ter um bebé, não! Olha que já não vais para nova!" Tenho 29 anos. E a que é mãe de um menino de 9 meses já tinha estado a falar com ela no dia anterior, comentei que me doía o peito e ela perguntou se me estava para vir o período, e eu disse que já era para ter vindo e ela começou-se a rir e disse-me que se calhar era melhor fazer um teste de gravidez. (fim do aparte) estava ela a abrir o pacote de pastilhas, e eu desde manhã que estava com um sabor estranhissimo na boca, tipo metal ou coisa parecida, e disse: "- Dá-me aí uma pastilha que eu hoje tenho a boca a saber a ferro!", ela começou-se a rir. Enfim, nesse dia decidi ir comprar o teste de gravidez. O meu sogro, noutra altura em que o período estava atrasado tinha dito para não gastarmos dinheiro num teste de farmácia porque íamos ao hospital e lá não se paga, (e como ele é enfermeiro era logo o primeiro a saber, lol) mas eu não quis dizer nada a ninguém e quando o Pedro chegou a casa disse-lhe que era melhor irmos comprar o teste porque o atraso já era grande e os sintomas do dito incómodo já tinham vindo e ido (excepto as dores no peito que cada dia me doía mais e estava cada vez mais inchado) e que eu andava esquisita... lá fomos beber café e depois passamos pela farmácia para comprar o teste... Assim que cheguei a casa fechei-me na casa de banho... era um teste de 5 minutos, "... embora em alguns casos o resultado apareça em menos de 1 minuto..." o meu apareceu assim que a palhinha do teste ficou toda molhada... O que é que senti? Não sei explicar, pessoalmente sempre fui muito lenta a digerir as coisas importantes que me acontecem, é como se eu estivesse a olhar pela janela a ver a vida de outra pessoa, é como se fosse tão distante que não é a mim que está a acontecer, fico simplesmente apática a espera que me chegue ao coração a informação que já chegou à cabeça. De uma forma resumida, sei que me está a acontecer mas não sinto que me está a acontecer... foi assim que fiquei, foi assim que saí da casa de banho com o teste na mão, em cima da folha dobrada, com a parte que explicava o resultado do teste visível, para não ter de falar, e foi assim que respondi ao "- Então amor?", e depois "Estás grávida!?" Pontuei a pergunta/afirmação do Pedro com "!?", não porque ele estivesse indignado mas porque ao mesmo tempo que constatou que eu estava grávida estava a perguntar, de certa forma para que eu lhe confirmasse o que os olhos dele estavam a ver. Respondi-lhe com um: -" E agora?"... Ele eufórico, eu apática, quis logo ligar aos pais, eu achei que era cedo, mas ele é mesmo assim, quando está feliz adora partilhar com toda a gente, pelo que permiti se não ele ainda me explodia ali de eufórico que estava. A mãe dele quis falar comigo, mas eu sou mesmo assim, deixem-me estar sossegada no meu canto, não me digam nada, não quero falar com ninguém, deixem-me digerir as coisas ao meu ritmo, deêm-me tempo, e então disse que não, que queria pelo menos contar a minha mãe antes de falar fosse com quem fosse, e assim fiz, liguei para a minha mãe e contei-lhe, ela não ficou surpreendida, disse que estava desconfiada porque duas semanas antes quando eu lá estive parece que estava com um brilho ou qualquer coisa do género. A minha mãe não é muito de se expressar, é mesmo dela, embora eu ás vezes pense que é falta de interesse, sei que ela nunca foi de demonstrar grandes emoções, é do feitio dela. Mas apesar de saber que ela é assim fiquei um bocadinho desiludida com a falta de entusiasmo dela. Mas enfim, lá desliguei o telefone e já estava o Pedro a falar com a tia dele, ou seja aquele lado da família em menos de nada já toda a gente sabia, tentei ligar para a minha irmã, mas ela ou não atendia ou tinha o telemóvel interrompido e depois voltava a não atender, resumindo, o namorado dela, que é primo do Pedro já lhe tinha contado, embora ela e a minha mãe tenham inventado uma desculpa qualquer para encobrir, e embora pelos vistos não me conheçam e pensem que me podem enganar assim com desculpas esfarrapadas, e apesar de ela ter fingido que tinha acabado de acordar, a reacção dela foi notoriamente forçada e mesmo que a minha mãe não se tivesse trocado toda quando eu lhe liguei a dizer que tentava ligar para a minha irmã e que ou estava ocupado ou não atendia, eu teria logo percebido que ela já sabia logo ali... enfim, mas eu passo por cima destas coisas, não vale a pena entrar em discussões e teimosias por causa de coisas tão pequenas, e fingi que acreditei, como em outras situações em que também me tentaram enfiar o barrete, talvez por isso elas achem mesmo que eu sou mesmo burra e hoje em dia nem se dão ao trabalho de inventar desculpas mais elaboradas, mas tal como a minha mãe me ensinou (e esta é uma expressão dela) eu faço-me de parva e a verdade é que quando fazemos que não percebemos acabamos por conhecer bem as pessoas e cada vez que tentam enfiar o barrete fica-se logo a saber, mas continuo a fazer-me de parva, porque afinal de contas se for dizer alguma coisa ainda firo susceptibilidades, à minha irmã porque tem um problema de depressão que se a confrontar com alguma coisa tem logo um crise de nervos, aparentemente eu é que não posso estar grávida e ter atitudes grávida e ter nervos de grávida que só para mim é que não existe tolerância... até o meu irmão que apesar de tudo o que fez e de tudo o que disse, se hoje fosse lá bater à porta, tinha-a escancarada... enfim... Mas acabei por divagar por uma situação que me ficou a remoer e desviei-me do assunto em causa. Acabamos então por contar à família e aos amigos mais chegados nessa mesma noite... Se calhar deixo resto para amanhã, por agora estou a lutar contra as hormonas para não partir a casa toda do stress com que fiquei hoje por causa da minha mãe e da minha irmã!!! Amanhã continuo.

2 comentários:

  1. Devo dizer que acho hilariante a tua ideia de fazer um blog em forma de diário. E digo-te, também, não te poupes aos pormenores, porque é giríssimo ver este tipo de acontecimentos descritos pelas palavras de quem passa pela situação na 1ª pessoa. Tenho pena de não poder ter estado ao teu lado quando tudo aconteceu (não estou a falar da criação propriamente dita...risos), sempre estivemos juntas uma da outra em todos os momentos importantes, e parece que a distância nos tem privado de tais momentos. Não te vou negar o quanto me emocionei com muitas das coisas que me disseste, sinto-te como uma irmã e sinto as tuas alegrias como se das minhas se tratassem, e por mais do que uma vez já demos provas uma a outra do que fazemos uma pela outra se necessário for. É com algumas lágrimas no rosto que me recordo de alguns dos momentos que já passámos juntas, pois não só sinto saudades desses momentos como sinto a ausência dos mesmos como um vazio muito difícil de preencher na minha vida. Sempre fomos um pilar para momentos difíceis de ambas, e julgo que nunca mais vou encontrar uma amizade com a mínima similaridade.
    E passando a palavras menos sentimentalistas (senão ainda desato aqui numa choradeira ridicula, e não pode ser, porque estou no bar de alunos...risos). Já te contei a minha reacção à notícia, e juro-te que não estava a exagerar. Eu, no meio de uma festarola, e já em fase de exorcização advinda de algum cansaço (diga-se a beber para esquecer as horas de sono perdidas a estudar), heis que quando recebo a notícia tinha eu um copito de sangria na mão (onde antes tinham estado muitos outros copitos...risos). Bom, palavra de honra que fiquei nesciamente a fitar o copo de sangria e julgo até que quase o insultei.
    A minha maninha grávida...! Rewind...rsrsrsrsrsrs (levei esta minha máquina idiossincrática a voltar atrás e perceber a info que acabara de receber). A constatação do óbvio foi um choque, mas não pelo lado negativo. Mas tive por momentos a sensação de ver a nossa vida passar-me pelos olhos em fracção de segundos. Nove anos, éramos tão miúdas, mas com uma maturidade surreal infligida pelo que a vida nos fizera. A minha maninha, a parceira de todos os meus dramas, mas também das minhas alegrias, deu o salto, passou de menina a mulher num piscar de olhos e eu nem havia dado conta da passagem.
    Estou feliz por ti de uma forma que dificilmente saberei esmiuçar por palavras. De uma coisa estou certa, não será nem o tempo nem a geografia que nos afastará. E mesmo na minha ausência física, eu estarei sempre contigo, porque de um jeito que eu não sei explicar, tu fazes parte de mim.

    P.S.: E não te preocupes, porque nem mesmo esse feitiozinho oriundo das hormonas fervilhantes me farão afastar de ti...és linda, em todos os aspectos líricos da palavra bem como os empíricos. E não só sei, como tenho a certeza que irás ser uma excelente mãe.

    ResponderEliminar
  2. Oh... és uma kida. não estou muito inspirada hoje para te responder a altura, estou de rastos, cansada e dói-me o corpo todo dos nervos e de uma noite sem dormir e de um dia a comer mal :(
    Não te preocupes porque vou continuar a descrever tudo até agora e depois vou continuar a encher o blog com o que me vai acontecendo digno de nota... por momentos pensei que me fosses pedir para te dizer em que posição é que foi (risos) uff afinal só queres pormenores com conta peso e medida. hehe. Também sinto muitas vezes a tua falta, hoje as minhas colegas para me animarem porque o meu aspecto nao me deixava mentir, puseram-se na conversa a falar de coisas dos velhotes da família e dos pais, etc. e uma delas (elas são muito amigas uma da outra já desde muitos anos) mas continuando uma delas diz que a mãe que é depressiva há uns anos tomou uns comprimidos, ansiolíticos, e que caiu logo para o lado, quando a outra delas ouve isto volta-se, a imaginar a cena e diz: "Aquilo é que ia ali uma calmaria" e levanta dois dedos em vê, cemicerra os olhos e diz -"chegaste ao pé dela e ela fez-te assim: Yo!" com os tais dois dedos em V levantados. A cena foi hilariante embora contado e ainda por cima por escrito não tem tanta piada, mas fez-me lembrar os nossos momentos e a nossa grande capacidade de brincar com os problemas associado a um sentido de humor (um pouco mórbido até)que ambas partilhamos. Embora nunca te esqueça, lembro-me muitas vezes de ti em situações identicas e noutras em que sinto realmente a tua falta e a falta dos nossos momentos. Fico com uma certa melancolia ás vezes... Mas chega de pensamentos tristes... não lambeste o chão da academia mas pode ser que eu não lave o chão da minha casa até tu cá vires e que e que tenhas de lamber o meu: Promessa é promessa... hehe

    ResponderEliminar