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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

17 Semanas e 4 dias

Anteontem foi dia de consulta mensal com a médica de família. Já começa a ser rotina, primeiro enfermeira e depois médica. Na enfermeira os exames normais de sempre. Com a urina estava tudo bem, a tensão como é normal, baixa 9 - 5, peso 49 quilos. A última vez que pesei 49 quilos tinha 16 anos e estava um bocadito para o cheinha. Ouvir o coração do bebé (estava difícil), aquela enfermeira não lhe consegue apanhar o jeito, mas eu estava a ficar preocupada, não percebo porque é que para umas pessoas é tão difícil apanhar o batimento cardíaco do bebé, e para outras é tão fácil. Depois fomos tomar o pequeno almoço porque eu tinha 2 pessoas à frente e a médica ainda não tinha começado a dar consultas. Voltámos, esperámos e depois lá fomos atendidos. Nada de especial, só as perguntas normais de rotina, se tínhamos dúvidas em alguma coisa e por aí. Depois era suposto passar a receita para o ferro e a requisição para as análises do segundo trimestre, mas o sistema estava em baixo e ontem também não funcionou por isso continuo sem receita e sem análises. Espero que o problema esteja resolvido daqui a duas semanas e meia, que é quando vou à médica particular para fazer a ecografia das 20 semanas, é nessa que se faz o estudo morfológico do bebé, para ver se está tudo bem e é também nessa que espero saber o sexo do nosso rebento.
Novidades não há assim muitas... Deixei de andar enjoada perto das 14 semanas e já me consegui adaptar à torrente de hormonas que me invadiu, pelo menos a nível emocional. É claro que não é nada agradável ter o cabelo todo espigado, nem acordar todos os dias com as gengivas inchadas que agora sangram sempre que lavo os dentes. Também é muito chato estar constantemente com borbulhas na cara. E pior ainda, nas costas. Tenho tido muitas comichões, mas nada disto importa quando de repente estou sossegadinha e sinto umas palmadinhas na zona abaixo do umbigo. Ontem senti o dia todo, o meu bebé a dizer "Olá mamã, estou aqui!" hoje não senti muito, agora mais para a noite já foi dando sinal de vida. 
Estou ansiosa pela próxima consulta com a obstetra, primeiro porque vou ficar mais descansada quando souber que os orgãos no nosso bebé estão todos bem formados, mas também para saber se vai ser menino ou menina. Se vamos ter uma Sara ou um Tiago. De certa forma também estou ansiosa para ver o bebé, saber como é a cara dele. Se dorme e come bem, ou se é resmungão e tem mau feitio. Acho que mesmo aquelas que estão ansiosas para ser mães, ainda sem estarem grávidas, não estão tão ansiosas como quando já sentimos a vida a crescer dentro de nós. 
Há pouco estive a arrumar a arquinha do bebé, é uma arca pequenina de madeira, que a minha mãe pintou e me deu. É onde estou a guardar as coisinhas do bebé. Já lá tem 8 bodies, uma chucha, dois pares de botinhas, três pares de meias, umas calcinhas, um gorro, uma corrente para prender a chupeta, com bolinhas de madeira, um brinquedo, uma mantinha e algumas amostras, de fraldas, toalhetes, champô, gel de banho, creme hidratante... Isto são tudo coisas que me têm dado, fora as que a mãe e a tia do Pedro têm comprado, que até parece que andam a ver quem é que junta mais coisas. Já até disse à minha mãe para não comprar nada, porque os bebés crescem muito rápido e não quero que hajam coisas que deixem de lhe servir ainda antes de ter tido oportunidade de usar. A minha mãe disse logo que não ia comprar nada, que antes prefere quando chegar a altura perguntar-me o que faz falta. 
Bem, parece que não há  mais nada a acrescentar. Tirando estes toquezinhos na barriga que em breve se tornarão em pontapés vigorosos, e que parece que é uma coisa tão pequena e tão normal, mas para nós que vamos ser mães é tão especial... 

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Tempos difíceis

Não tenho escrito porque tenho passado por fases difíceis na minha vida.
Desde que soube que estava grávida que sabia à partida que teria de dar a minha cadela. Ela é um Samoiedo, tem 7 anos e meio, e tem leishmaniose canina. Não é por ser doente, evidentemente, mas porque o quintal que temos é minúsculo, e não temos condições para ter um cão que larga tanto pêlo e que suja tanto e uma criança. É apenas pelas condições de higiene... e também porque a Luna dá muito trabalho, por causa do pêlo e dos cheiros, enfim... teve de ser. Ela foi embora na quarta feira, e não foi fácil. A presença dela não passa despercebida e agora parece que a casa está vazia sem ela aqui.
A Luna nasceu a 5 de Agosto de 2004, pouco tempo depois a minha mãe falou-me na existência dela e perguntou se eu a queria. Avisou-me logo que ia dar trabalho e que ela teria de ir comigo para Beja. Eu estava na base de Beja nessa altura, e uma amiga minha que estava na base também usava o antigo canil da cinotecnia para ter a cadela dela, assim como outros militares. Não pensei duas vezes, falei com ela para arranjar um lugar para a Luna e disse logo que sim, que a queria... Mais ou menos quando a Luna tinha duas semanas fui vê-la. Bem fui ver três cachorrinhos e não sei bem qual deles era ela... no dia 5 de setembro de 2004 bateram à porta da minha mãe e eu fui abrir, e aparece-me a dona dos cães com a Luna agarrada por baixo dos braços e diz: "-Olá mãe!" Peguei logo nela, coitada com um mês de idade só fazia era dormir e veio comigo para o alentejo nesse mesmo dia... com muitas paragens pelo caminho (risos). Desde então temos sido inseparáveis, apenas passei uma semana seguida longe dela, mas foi porque fui para a Covilhã num destacamento da minha Esquadra e os meus pais ficaram com ela. De resto nunca passámos mais do que dois ou três dias separadas. 7 anos de memórias, em 7 anos ela esteve sempre lá, e às vezes parece que até percebia que eu não estava bem. Em 7 anos muita coisa aconteceu, entre lágrimas e gargalhadas e companheirismo. Confesso que nem sempre fui justa com ela, às vezes perdia a paciência quando ela se portava mal, ou quando se tornava chata porque estava sempre a pedir atenção... Mesmo assim sinto a falta dela, e foi a coisa mais difícil e mais dolorosa que eu alguma vez fiz na vida foi ter de a dar. No entanto sei que ela vai ser muito mais feliz lá do que seria aqui. Com um bebé a caminho não restaria muito tempo para lhe dar a atenção e os mimos que ela merecia e as pessoas que ficaram com ela, felizmente não são totais desconhecidos e sei que adoram animais. Além disso posso ir vê-la quando quiser... ainda não fui porque acho que isso acabaria por tornar as coisas mais difíceis tanto para mim como para ela. Mas sei que logo na quarta feira, quando a vieram buscar que andou a brincar na rua nessa noite, coisa que aqui era impensável, pelo menos não sem trela. E no dia seguinte de manhã foi com a mãe da nova dona ao pão. Ela adora passear, e só por isso sei que está mais feliz. Também sei que até anteontem dormia e comia bem, e estavam a enchê-la de mimos e goluseimas. Não poderia ter encontrado melhores donos para ela. Ainda assim sinto muito a falta dela, às vezes oiço um barulho aqui em casa e fico sossegada porque penso que é ela, depois é que raciocino e me lembro que ela já cá não está e quando vou ver é a nossa gata Ísis. Custa-me chegar a casa e não ter uma de duas coisas: Ou uma recepção efusiva de boas vindas ou uma cadela escondida encolhida a um canto no quintal a ganir baixinho porque fez asneira. Há muitas situações que faziam parte do nosso dia a dia que já não fazem, e está a ser-me difícil habituar. Ainda ontem estava a fazer o jantar, e era com atum, dei por mim a abrir as latas de atum devagaríssimo porque a Luna era doida por atum e não podia ouvir abrir-se um lata que vinha logo a correr e depois não me saía da frente dos pés. Depois é que me lembrei que afinal não era preciso estar com tanto cuidado. Enfim foram muitas lágrimas nestes últimos tempos, e só escrevo agora porque só agora é que me sinto suficientemente recuperada para escrever sobre o assunto sem que me desfaça em lágrimas.
Enfim, para dificultar tudo isto também terminei o Programa Ocupacional em que estava inserida e, consequentemente, passo mais tempo em casa. Quarta feira passada foi um dia de muitas despedidas. Depois ainda há a nossa gata que anda meio triste também, apesar de elas aparentemente não se darem muito bem, eram a companhia uma da outra. Quer dizer, elas não se davam bem à nossa frente porque se nos esquecêssemos da porta do quarto aberta quando saíamos, iam as duas dormir para a nossa cama.

Sobre o bebé. Então fiz o tal rastreio à 13ª semana e a médica disse-me para lhe ligar dali por duas semanas para saber o resultado no caso de ser necessário fazer a amniocintese, foi o que fizemos na quinta feira, e o resultado revelou que à partida estava tudo bem e que não seria necessário. Hoje estou com 15 semanas e 6 dias, amanhã entro na 16ª semana. Já fui à segurança social pedir os impressos para o subsídio de natalidade. Tinha andado a pesquisar e pelo que tinha visto em fóruns só se recebia a partir da altura em que metêssemos os papeis, mas afinal não é assim, a senhora da segurança social que era muito simpática disse-me logo que não fazia mal eu pedir só agora porque ia receber a partir da 13ª semana. É uma boa notícia. Bem, não há nada de novo a acrescentar, tenho a consulta mensal no dia 14 e algures durante essa mesma semana tenho a consulta com a obstetra, vamos tentar ver o sexo do bebé. Espero que consigamos saber, para podermos começar a comprar as coisinhas :)

P.S.: Esta é a minha amiga Luna de quem eu estou a morrer de saudades: