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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O recobro

Acordei, penso que noutra sala, não me lembro de como era o bloco, nem me lembro muito bem do recobro. Sei que havia um relógio na parede mesmo uns metros à minha frente, penso que eram perto de duas da manhã, não sei, nessa altura não prestei muita atenção às horas. Assim que acordei o enfermeiro que estava a tratar de mim disse-me que o bebé estava bem, acho que me perguntou o nome, mas isso é apenas uma memória vaga, desatei a chorar, nessa altura estava convencida de que a culpa tinha sido minha, a culpa de tudo ter corrido mal, ainda não tinha tido tempo para digerir a e avaliar a forma como as coisas tinham  acontecido, muito menos para raciocinar, ao mesmo tempo que foi uma eternidade, foi tudo muito rápido... estava a tremer descontroladamente de frio, e tinha uma comichão horrível na garganta, o enfermeiro disse-me que era por causa dos tubos, não me lembro se tossi ou não, mas lembro-me que tinha receio de o fazer, afinal quando tossimos contraímos abdómen, e o meu tinha sido acabado de cozer. Como eu tremia de frio o enfermeiro pôs-me uma espécie de manta por cima e de lado meteu um tubo que mandava quentinho, para me aquecer. Depois limpou-me as costuras e fez-me o penso, acho que havia outra enfermeira no recobro, sei que o enfermeiro falava com alguém, mas se a vir não sei dizer quem é. Depois ouvi qualquer coisa como "o pai já pode entrar". O Pedro veio-me ver e disse-me: "Dizes que todos os recém nascidos são feios, espero que isto te faça mudar de ideias" e mostrou-me uma foto que tinha tirado na neonatologia.
Esta foi a primeira vez que vi o meu filho. O Pedro disse-me que tinha nascido em paragem cárdio-respiratória, la desatei eu a chorar outra vez, disse que não sabia exactamente como é que ele estava porque o médico não tinha cedido muita informação. Ainda me falou no braço dele que nesta foto aparece muito branco, também estava preocupado com isso. Depois dele saír perguntei ao enfermeiro, ele explicou-me que há bebés que quando têm um parto traumático, a circulação leva algum tempo a voltar a normalidade, e que o mais provável era ser apenas má circulação.
Perguntei quando o podia ver, disse-me que só depois de ter alta do recobro, que acabou por ser às 3 e meia da manhã. A dada altura no meio disto tudo, entrou outra pessoa no recobro, um rapaz que tinha sido operado ao apêndice e que só fazia era gemer. O enfermeiro ainda lhe disse qualquer coisa como, não tem vergonha de estar assim, está aqui uma mãe a recuperar de uma cesariana e não abre a boca. Depois ouvi-o estar a dizer à outra enfermeira que lá estava que os homens são muito mariquinhas e que contra ele estava a falar. Passei o tempo que esperei para ter alta do recobro a olhar para esta fotografia, ansiosa por ir ver o meu filhote.... o que ainda ia demorar muitas horas, eu é que não sabia.

O parto (continuação)

Depois do que contei está tudo muito vago na minha cabeça, lembro-me vagamente de me terem passado para uma maca, de estar na sala de espera, à espera do elevador, lembro-me que a minha sogra estava sentada numa cadeira a olhar para mim. O Pedro disse-me que esteve comigo, a segurar-me na mão e a dar-me força, mas disso eu não me lembro. Ele ainda me contou que os médicos estavam já em pânico a carregar no botão para chamar o elevador, até que alguém se lembrou de usar a chave de emergência. Não me lembro da viagem nem de me terem transferido da maca para a mesa operatória, mas lembro-me que estava deitada de braços abertos, e que me estavam a meter catéters, no bloco operatório foram 3, acho eu, sei que fiquei com buracos nas duas costas das mãos e na parte de dentro dos dois pulsos, não sei exactamente quando é que puseram uns e tiraram. Depois o anestesista veio dar a epidural para a cesariana, mas no mesmo instante abriram-me e tiraram o bebé, eu gritei que estava a sentir tudo e meteram-me uma máscara, não me lembro do cheiro, mas lembro-me que era agradável, e lembro-me de pensar que se calhar tinha de respirar fundo. Assim fiz, e é a última coisa de que me lembro.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O parto

Parei de escrever às 34 semanas, a gravidez durou até as 41. Não tenho escrito porque não tenho tido muito tempo, mas de certa forma também tenho evitado um pouco porque não gosto muito de me lembrar daquele que deveria ser o momento mais bonito e feliz da minha vida, que ficou manchado pela incompetência dos profissionais que temos no nosso país... Nas últimas semanas de gravidez, tirando uma suspeita de perda de líquido amniótico às 39 semanas, não houve mais percalço nenhum, claro que o cansaço das últimas semanas, as dores no corpo, e a falta de conforto não contam como percalços... No dia em que fiz as 39 semanas houve a suspeita de perda de líquido, e então fui ao hospital para ser vista... estava tudo bem, foi falso alarme, o médico que me observou, cujo nome não vou divulgar por razões de carácter (pouco) profissional, mandou-me lá estar as 9 da manhã do dia em que completaria as 41 semanas, se o bebé não nascesse antes... não nasceu... por isso no dia 30 de Julho as 9 da manhã estava a ser internada no piso 5 (maternidade e neonatologia)... fui logo vista por uma enfermeira, posta a soro e fiquei na cama 5 se não me engano... é um internamento muito temporário uma vez que as gravidas permanecem naquele quarto até irem para a sala de partos, e daí já vão para outro quarto. 
Às 11 da manhã, já com a bata do hospital vestida, deram-me um comprimido para meter de baixo da língua, para provocar o parto... ao mesmo tempo deram também à rapariga que estava na cama ao lado, na cama 6. Ela começou logo a ter contrações, coitada gemia, chorava, estava acompanhada pela mãe... Não tinha a certeza se podia levar epidural, acho que a contagem das plaquetas dela não estava muito boa... a certa altura veio uma enfermeira e rebentou-lhe as águas... a partir daí a rapariga não se calou mais, chamava-se Patrícia também, e se não me engano era uma menina que ia ter. Esteve ali mais cerca de uma hora entre gemidos e choro e queixas até que a mãe dela chamou uma enfermeira. A enfermeira observou-a,  e disse que tinham de ir já para a sala de partos, porque o bebé estava mesmo para nascer, ela fez a dilatação toda num instante. Nunca mais me esqueço de ela no meio de lágrimas perguntar: "Então e a epidural?", e a enfermeira responder-lhe, "agora já não dá tempo, você foi muito rápida". Ao que ela lhe responde: "Então e agora?" e a enfermeira: "Então agora vai parir!"... ao mesmo tempo que me deu pena dela, deu-me vontade de rir... olhei para o Pedro e disse: "Coitada!!" Mal sabia eu o que me esperava...
O tempo foi passando, eu só pensava em comer, e dores era mentira, a certa altura o médico apareceu e perguntou se não havia dores, acenei que não, e ele respondeu: "Sem dores não há bebé!" Esse médico andava sempre com uma médica, devia ser equipa, ou qualquer coisa do género, ela era espanhola... Não me lembro bem, tenho as memórias desse dia um pouco vagas, não sei bem precisar o que aconteceu antes e o que aconteceu depois... sei que me fizeram muitos toques nesse dia, cada um mais doloroso do que o outro, e contracções nada... até que às 4 da tarde, a espanhola me fez mais um toque e aí sim comecei a ter contracções. E aguentei-as até as 6 da tarde, altura em que já não dava para descansar entre uma e outra, eu mordia os dedos, e fiz de tudo para fazer o menor barulho possivel, não quis parecer marquinhas... o pedro desde as 5 que me estava a perguntar se queria que chamasse a enfermeira, e eu sempre a dizer que não queria chatear, mas as 6 já não estava a conseguir lidar muito bem com as dores e deixei o Pedro tocar à campaínha... Apareceu uma enfermeira que olhou para o CTG e disse "pois, está cheia de contracções" e saiu, para ir chamar a enfermeira obstetra, ela veio, veio a médica também, fizeram-me toque as duas, estava com dois centimetros de dilatação, a médica comentou que eu não estava a reagir muito bem ao toque e mandaram-me para a epidural. Nesta altura o Pedro teve que sair, não podia estar comigo, então esteve a ajudar a enfermeira, ou auxiliar, não sei, a mudar as minhas coisas de quarto. Na sala de partos estava o anestesista e a enfermeira, mandaram-me sentar tipo panda, pelo menos foi como me senti, e estar quieta. O anestesista anestesiou localmente a zona onde ia por o cateter, e foi fazendo o trabalho dele, às pàginas tantas a enfermeira passou-me com um dedo na sola do pé, e comentou, "olha, não tem cócegas" respondi que tinha sim, ela ficou admirada, "nem sequer deu sinal", respondi-lhe que me tinham mandado não me mexer, e ela começou-se a rir. Gostei desta enfermeira, era simpática. Lá me dera a anestesia, aliviou-me logo as dores, o Pedro depois pode entrar, e ficou lá comigo. Até consegui dormir um bocadinho. Às 8 da noite o efeito da anestesia começou a passar e chamei a enfermeira, disse-lhe que já tinha dores outra vez, ela foi à procura do anestesista, estava a jantar. Disse-lhe que as dores ainda eram suportáveis e que podia esperar que o senhor acabasse de jantar. 10 minutos depois lá estava ele, a dar-me a segunda dose de epidural, disse-me que aquela dose era diferente e que ia demorar mais tempo a sentir alívio... mas a diferença não era só essa, aquela dose de epidural apenas me aliviou as dores, não me as tirou por completo... entretanto a enfermeira fez-me novo toque para ver como tinha evoluido naquelas duas horas... não tinha, continuava com os mesmo dois centimetros de dilatação, só que quando me fez o toque apercebeu-se que eu estava a ter uma contracção e que tinha ali uma especie de um buraquinho por onde me podia romper as águas... assim fez, comecei a sentir tudo lá em baixo muito quentinho, com isto conseguiu mais um centimetro de dilatação... as 10 da noite a mesma história, mais dores, e uma dor constante do lado esquerdo da barriga, essa nem passava nem aliviava, disseram-me que devia ser por causa da posição do bebé. Os médicos estiveram na sala, novo toque, mais um centimetro... não fiz um centimetro de dilatação sozinha... eram eles que ma faziam, de cada vez que me mexiam. Entretanto a equipa juntou-se toda ali, médicos, enfermeira, anestesista, tudo à espera e a ver o tempo a passar, a certa altura aperceberam-se que o Tiago já não ia nascer no dia 30. Quando se cansaram de estar ali na conversa disseram que se iam sentar por ali, à espera. À meia noite novas dores, desta vez não me deram logo a epidural, a enfermeira veio e mexeu-me e disse que tinha rebordo, andou para ali a mexer e 6 centimetros, disseram eles que eu estava a fazer um centimetro por hora, mas na verdade não foi assim, coincidiu com os toques que me fizeram, depois veio a médica e mexeu também, 7 centimetros, nesta altura já eu estava cheia de dores. Decidiram então começarem com o parto, ao 7 centimetros, com rebordo, após decidirem o que queriam fazer o anestesista deu-me nova dose de anestesia, e explicou que só não ma tinha dado antes porque precisava saber o que iam decidir porque consoante a decisão dos médicos era o tipo de anestesia que me ia dar, que a espera não era pelo prazer de me ver sofrer. E assim começou o suplicio, fazer força sem ter aquela vontade que dizem que se sente com as contracções... de alívio nao conheci nada, aquela anestesia foi o mesmo que nada. Nao vou entrar em muitos pormenores até porque não me consigo lembrar bem por que ordem é que as coisas se passaram.  Houve sucessivas tentativas com ventosas, lembro-me do barulho que a ventosa fazia quando se soltava da cabeça do Tiago, a dada altura cortaram-me, a dada altura mandaram o Pedro saír e veio a enfermeira para o lugar dele, a dada altura estava a médica sentada na minha barriga comprimindo-me a caixa torácica, eu não conseguia respirar fundo para fazer força, disse que não conseguia respirar, respondeu-me que se estava a falar estava a respirar, a dada altura usaram forceps, eu quando comecei a não conseguir respirar comecei a entrar em pânico, comecei a espernear, soltei uma das pernas que estava presa, empurrava a médica... enfim, lembro-me de fazer força uma das vezes, o médico dizer que estava quase mas eu sentia a cabeça do Tiago encostada aos meus ossos e disse que ele não passava. Lembro-me do médico dizer que eu não estava a ajudar o bebé, vagamente lembro-me da médica dizer que se calhar era melhor a cesariana, e o médico responder que ia tentar só mais isto, e depois mais aquilo... perdi a noção do tempo... e lembro-me como se tivesse acabado de acontecer, o médico pousar o forcép cheio de sangue em cima da mesa de apoio e dizer: "Pois, ela realmente não tem estrutura"...
E o Tiago está a acordar, continuo quando tiver oportunidade.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mudanças

Da última vez que escrevi tinha ido à obstetra e ela tinha-me mandado fazer um ecocardiograma ao Tiago porque não consegue ver a saída dos grandes vasos. Fui na segunda feira seguinte a Évora e estava tudo bem. 
Entretanto neste meio tempo muita coisa aconteceu, como estou desempregada já há dois anos e meio o meu subsídio de desemprego acabou, pelo que fui pedir o subsequente, foi-me negado! Em resumo temos de viver os 3 com o ordenado mínimo que o Pedro recebe até eu conseguir arranjar trabalho. E nem subsídio de maternidade vou ter porque não estou a receber subsídio de desemprego, tudo boas notícias. O Tiago está bem, a mãe é que se andou a portar mal... eu explico, primeiro a tia-avó do Tiago pediu para decorar o quartinho dele, ela gosta muito dessas coisas. Então compramos a tintas das cores que ela queria e tratou-se do quarto... ficou tão fofinho!!! Depois o resto da casa também precisava de ser pintada porque estava toda amarela do fumo da lareira. Pintamos a casa toda, o Pedro, o pai dele e eu (onde chegava que ninguém me deixava subir para o escadote), já está pintada, falta a limpeza que já foi feita na sala de entrada pela minha sogra, pela mãe dela e a decoração pela tia do Pedro, e a da casa de banho, que fui eu que fiz sozinha num dia que o Pedro não estava em casa. Esfreguei chão e azulejos das paredes, as loiças, bancadas e banheira. No dia a seguir ainda me pus com pinturas e lavagens e o resultado foram umas dorezitas tipo moinha do periodo e umas picadas fortes e agudas na parte de baixo da barriga. Anteontem liguei para a médica, e ela mandou-me ir ter com a enfermeira obstetra para fazer um CTG para ver se eram contracções ou outra coisa qualquer. O meu sogro falou com ela e ela mandou-me ir ter com ela as 3 da tarde. Fui. Lá fiz o CTG e tenho umas contracções não muito intensas e irregulares, nada de alarmante se nestas 3 semanas eu parar sossegada e em repouso. Ela disse que até as 37 semanas tem de ser, porque o Tiago ainda não tem maturidade pulmonar para respirar sozinho, e se nascesse agora teria de ir para a incubadora. Depois das 37 semanas, disse a enfermeira, posso fazer as limpezas e pinturas que quiser, mas que se as começar é provável que não as acabe! Portanto mais duas semanas e dois dias de repouso e depois posso ir jogar à bola, hehe! Estou a brincar. E são estas as mudanças que têm ocorrido nestes últimos tempos. Agora é esperar que o tempo passe sem mais nenhum percalço. 

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Consulta

Ontem foi dia de obstetra. Grande esperança em conseguir fotografar a carinha do Tiago. Nós conseguimos ver as bochechas mas não se percebe nada na ecografia. Mas são umas bochechas tão fofinhas. Eu tive fome antes da consulta, por isso o Pedro foi comprar uns donuts que comi antes de entrar. Resultado: o Tiago estava a mastigar. Como já foi dito pela enfermeira obstetra, ele já deu a volta, já está em posição de nascer. Deve ser ansioso como a mãe. Segundo a médica está tudo bem, pesa 1,750 Kg e na balança da médica eu peso 51,5. Ela olhou para mim e disse que lhe parecia que eu me estava a portar bem, mas que se passasse dos 51 e 400 que ralhava comigo, não ralhou :)
Os batimentos cardíacos do Tiago estão a 125, tem tudo formado e vai nascer com o peso de cerca de 3 quilos podendo variar entre os 3 e os 3,200, mas que se nascer com 2,900 também não está mal. Ela disse que tendo em conta o meu corpo, está com um peso óptimo para mim e que está gordinho, pelo menos bochechas daquelas que dá vontade de apertar tem :) Os testículos já desceram para as bolsas. De tudo o que ela pode ver está tudo normal, apenas com um pequeno senão, ela não conseguiu ver as saídas dos grandes vasos do coração e por isso mandou-me ir fazer um ecocardiograma fetal a Évora. Disse para não nos preocuparmos porque por vezes não se conseguia ver, mas não explicou porque é que precisava de ver a saída dos vasos. Claro que tanto eu como o pai ficamos apreensivos. Por isso quando cheguei a casa fui ver ao google. Encontrei vários fóruns onde algumas grávidas tinham tido a mesma situação, e estava tudo bem com os bebés, pelos vistos é frequente não se conseguir ver numa ecografia normal. E depois fui ver para o que era esse exame. No fundo é um dos muitos despistes que as grávidas fazem. Neste caso para despistar uma patologia chamada de vasos trocados, que tal como o nome indica ocorre quando os grandes vasos do coração estão trocados. Isto é um problema grave porque se não for detectado o bebé nasce e como as artérias estão a desempenhar as mesmas funções que estariam se não estivessem trocadas, o cérebro não chega a ser oxigenado, por isso nestes casos tem de estar uma equipa de cardiologia preparada para assim que o bebé nasce efectuarem uma intervenção provisória para abrir um canal entre as duas válvulas do coração para poder haver as trocas necessárias. Posteriormente o bebé é submetido a nova intervenção cirúrgica para corrigir o problema. Por causa disto é que é tão importante o diagnóstico durante a gravides. Ora, se não se consegue ver a saída dos vasos também não se consegue verificar que estão a saír do sítios certos, e por isso ser tão importante ir a Évora fazer o exame. Há-de estar tudo bem com o Tiago. Só estou um pouco ansiosa, como é normal.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Quase 31 semanas

Olá, boa noite. Há muito tempo que não escrevo, tenho andado entre resoluções de problemas e acaba-se-me o tempo para dedicar ao blog. A última vez que escrevi tinha acabado de fazer a eco das 20 semanas. Foi há cerca de 10 semanas atrás. Em 10 semanas a barriga cresceu imenso, estou com 52 quilos...
Nestas 10 semanas andei a tratar das coisas por causa do desemprego estar a acabar, pedir o subsídio de natalidade que, a propósito já recebi, apesar de não ter recebido carta nenhuma da segurança social, e até foram relativamente rápidos, levaram cerca de três semanas a pagar. E depois andei, e ando, um pouco atarefada com a universidade.
Acerca do Tiago, vou marcar consulta para a semana para o ver, mas tem estado bem. A mãe é que tema andado um pouco pior, a azia é recorrente, comecei cedo com dores no nervo ciático, a anteontem já me incharam as pernas porque andei ao calor. Arranjar posição para dormir é mentira, geralmente quando consigo adormecer já há passarinhos a cantar. Mas o reguila, já o é antes de nascer, não pára quieto nem de dia nem de noite. A minha barriga está sempre cheia de altinhos, porque volta e meia espeta-me qualquer coisa, não sei se é um pé, uma mão ou um cotovelo. Está sempre colado ao lado direito, e tem soluços cerca de 3 vezes por dia. Agora quando quero que ele se mexa para mostrar as pessoas dou umas festas na barriga, quando não está do contra responde :). Aparte de todos os incómodos que a gravidez trás, estas pequenas coisas são muito engraçadas, principalmente quando o pai acorda a levar pontapés nas costas hehe.
Apesar de estar sempre a receber elogios de toda  a gente, que diz que estou muito elegante, sinto-me um pote. Já não vejo os pés e já é o Pedro que tem de me cortar as unhas e calçar-me as meias, lol. Canso-me muito depressa e tenho tonturas e falta de ar. Enfim, só coisas boas de que eu depressa vou esquecer quando o rebento nascer.
No mês passado fomos a um casamento. Fica aqui uma foto desse dia, foi há cerca de um mês.

segunda-feira, 5 de março de 2012

É um menino!!!!

Hoje foi um dos dias de maior ansiedade desde as horas que se seguiram à decisão de fazer o teste de gravidez... a ansiedade por saber! Na altura por saber se estava grávida ou não, hoje porque era dia de consulta e em princípio já se conseguiria ver o sexo do bebé! Até hoje sempre que falava dele, dizia ele porque era o bebé, quando falava com ele dirigia-me a ele como bebé ou criança...
Assim que acordámos as primeiras palavras do Pedro foram: "-Amor, é hoje!" Levantámos-nos e despachámos-nos porque já era tarde e a consulta era às 15:50... era...
Tratámos de tudo o que tínhamos a tratar e lá fomos a caminho de Beja. Chegámos cedo, o Pedro ainda me disse que se quisesse podíamos ir ao Continente, mas eu estava tão ansiosa que disse que não, que queria ir logo para o consultório, a marcação antes da nossa podia estar despachada mais depressa ou assim... Não estava, na verdade tínhamos 3 marcações à nossa frente, o resultado foram duas horas de espera ansiosa! E mais estávamos a pagar, imagino se não estivéssemos :(
Quando nos chamaram entrámos, a médica pediu-me o boletim, dei-lho junto com as análises que tinha ido fazer na quarta feira passada. Depois de ver as análises e de apontar os valores disse que ia receitar-me mais um suplemento de ferro porque estou um pouco anémica. Mediu-me a tensão: 12-6, um pouco mais alta do que o costume, talvez por causa da ansiedade, mas a médica disse que estava óptima. Depois fui-me pesar, de acordo com a balança dela peso 48,400... uma vez que não me peso sempre nas mesmas balanças, (uma vez por mês é na da enfermeira da médica de família, uma vez por trimestre é na da enfermeira da enfermeira obstetra, e depois as consultas com a médica) por isso os valores diferem um pouco. A última consulta que tinha tido com a médica foi às 13 semanas e dois dias, pesava 28 na altura, de acordo com a balança da médica ganhei 400 gramas em 6 semanas e 5 dias... é de notar que estive doente neste intervalo, constipada. Seja como for e seja qual for a balança em que me pese uma coisa é certa: como a minha mãe diz sou uma vergonha de grávida que nem 50 quilos peso (risos).
De seguida foi a ecografia, o estudo morfológico, mais propriamente dito. Assim que a médica encostou o aparelho à barriga perguntou logo se queríamos um rapazinho. Foi a primeira coisa que se viu, (desavergonhado!!!) Depois seguiu-se o estudo para ver os orgãos todos e os membros... onde eu via manchas brancas e pretas a médica via uma imagem 3D de alta definição, o que interessa é que ela perceba e nós abanamos que sim com a cabeça de cada vez que ela pergunta: "Estão a ver?" (risos) De qualquer forma estava tudo no sítio bem formado e normal para a idade gestacional. O nosso Tiaguinho pesa 330 gramas. Ainda é tão pequenino!!

sexta-feira, 2 de março de 2012

Ansiedade...

Quase 20 semanas... o tempo passou tão rápido já estou a meio do caminho!
Esta semana começaram as aulas, e no semestre passado não fiz absolutamente nada porque deixei de ir às aulas... estava sempre mal disposta e com sono, não valia a pena ir fazer os 60 quilómetros quase todos os dias e depois acabar por não fazer nada. Mas este semestre, como já estou adaptada à minha condição, comecei em força e muito motivada! Tenho de fazer o máximo que conseguir, embora devido à sobreposição de horários não consiga fazer muito :( De qualquer forma, se fizer Programação 2 e Microprocessadores já é um bom progresso, prnicipalmente porque só fico com a Física de primeiro ano para fazer. Também ia tentar fazer Redes 2 de 2º ano, mas já me estão a lixar o esquema todo porque há um professor de primeiro ano que quer mudar o horário o que faz com que Micro passe para a sexta feira e fique sobre posto a Redes 2... À quinta não tenho aulas, podia mudar para aí, é que assim, acabo por só fazer duas cadeiras e embora P2 seja cadeirão e ocupe muito tempo por causa dos trabalhos queria tentar fazer mais qualquer coisa... enfim, vamos ver, posso sempre tentar fazer Redes sem ir às aulas, mas torna-se muito mais difícil. Bem, logo se vê como é que fica, uma coisa é certa, este ano tenho de fazer P2 e Micro dê por onde der!!!
O nosso rebento tem andado muito irrequieto, principalmente à hora das refeições e (desta parte não gosto tanto) às 4 da manhã. É que se sair à mãe é moço de se dar melhor com a noite do que com a manhã. Não é que eu não dormisse quando era bebé, dormia, o problema foi depois. Quando fui para a escola, quando comecei a ter testes e trabalhos, sempre tive maior rendimento a estudar e a trabalhar à noite, de manhã não funciono... até o meu instrutor de condução deu conta disso, quando eu andava a tirar a carta!
A família, da parte do pai anda toda em polvorosa (e eu também, diga-se de passagem), ansiosos por segunda feira. É que na segunda feira vamos à consulta na obstetra e em princípio saberemos se temos um príncipe ou uma princesa... 
E esta sou eu, ainda não muito grávida mas também já não tão pouco :

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

17 Semanas e 4 dias

Anteontem foi dia de consulta mensal com a médica de família. Já começa a ser rotina, primeiro enfermeira e depois médica. Na enfermeira os exames normais de sempre. Com a urina estava tudo bem, a tensão como é normal, baixa 9 - 5, peso 49 quilos. A última vez que pesei 49 quilos tinha 16 anos e estava um bocadito para o cheinha. Ouvir o coração do bebé (estava difícil), aquela enfermeira não lhe consegue apanhar o jeito, mas eu estava a ficar preocupada, não percebo porque é que para umas pessoas é tão difícil apanhar o batimento cardíaco do bebé, e para outras é tão fácil. Depois fomos tomar o pequeno almoço porque eu tinha 2 pessoas à frente e a médica ainda não tinha começado a dar consultas. Voltámos, esperámos e depois lá fomos atendidos. Nada de especial, só as perguntas normais de rotina, se tínhamos dúvidas em alguma coisa e por aí. Depois era suposto passar a receita para o ferro e a requisição para as análises do segundo trimestre, mas o sistema estava em baixo e ontem também não funcionou por isso continuo sem receita e sem análises. Espero que o problema esteja resolvido daqui a duas semanas e meia, que é quando vou à médica particular para fazer a ecografia das 20 semanas, é nessa que se faz o estudo morfológico do bebé, para ver se está tudo bem e é também nessa que espero saber o sexo do nosso rebento.
Novidades não há assim muitas... Deixei de andar enjoada perto das 14 semanas e já me consegui adaptar à torrente de hormonas que me invadiu, pelo menos a nível emocional. É claro que não é nada agradável ter o cabelo todo espigado, nem acordar todos os dias com as gengivas inchadas que agora sangram sempre que lavo os dentes. Também é muito chato estar constantemente com borbulhas na cara. E pior ainda, nas costas. Tenho tido muitas comichões, mas nada disto importa quando de repente estou sossegadinha e sinto umas palmadinhas na zona abaixo do umbigo. Ontem senti o dia todo, o meu bebé a dizer "Olá mamã, estou aqui!" hoje não senti muito, agora mais para a noite já foi dando sinal de vida. 
Estou ansiosa pela próxima consulta com a obstetra, primeiro porque vou ficar mais descansada quando souber que os orgãos no nosso bebé estão todos bem formados, mas também para saber se vai ser menino ou menina. Se vamos ter uma Sara ou um Tiago. De certa forma também estou ansiosa para ver o bebé, saber como é a cara dele. Se dorme e come bem, ou se é resmungão e tem mau feitio. Acho que mesmo aquelas que estão ansiosas para ser mães, ainda sem estarem grávidas, não estão tão ansiosas como quando já sentimos a vida a crescer dentro de nós. 
Há pouco estive a arrumar a arquinha do bebé, é uma arca pequenina de madeira, que a minha mãe pintou e me deu. É onde estou a guardar as coisinhas do bebé. Já lá tem 8 bodies, uma chucha, dois pares de botinhas, três pares de meias, umas calcinhas, um gorro, uma corrente para prender a chupeta, com bolinhas de madeira, um brinquedo, uma mantinha e algumas amostras, de fraldas, toalhetes, champô, gel de banho, creme hidratante... Isto são tudo coisas que me têm dado, fora as que a mãe e a tia do Pedro têm comprado, que até parece que andam a ver quem é que junta mais coisas. Já até disse à minha mãe para não comprar nada, porque os bebés crescem muito rápido e não quero que hajam coisas que deixem de lhe servir ainda antes de ter tido oportunidade de usar. A minha mãe disse logo que não ia comprar nada, que antes prefere quando chegar a altura perguntar-me o que faz falta. 
Bem, parece que não há  mais nada a acrescentar. Tirando estes toquezinhos na barriga que em breve se tornarão em pontapés vigorosos, e que parece que é uma coisa tão pequena e tão normal, mas para nós que vamos ser mães é tão especial... 

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Tempos difíceis

Não tenho escrito porque tenho passado por fases difíceis na minha vida.
Desde que soube que estava grávida que sabia à partida que teria de dar a minha cadela. Ela é um Samoiedo, tem 7 anos e meio, e tem leishmaniose canina. Não é por ser doente, evidentemente, mas porque o quintal que temos é minúsculo, e não temos condições para ter um cão que larga tanto pêlo e que suja tanto e uma criança. É apenas pelas condições de higiene... e também porque a Luna dá muito trabalho, por causa do pêlo e dos cheiros, enfim... teve de ser. Ela foi embora na quarta feira, e não foi fácil. A presença dela não passa despercebida e agora parece que a casa está vazia sem ela aqui.
A Luna nasceu a 5 de Agosto de 2004, pouco tempo depois a minha mãe falou-me na existência dela e perguntou se eu a queria. Avisou-me logo que ia dar trabalho e que ela teria de ir comigo para Beja. Eu estava na base de Beja nessa altura, e uma amiga minha que estava na base também usava o antigo canil da cinotecnia para ter a cadela dela, assim como outros militares. Não pensei duas vezes, falei com ela para arranjar um lugar para a Luna e disse logo que sim, que a queria... Mais ou menos quando a Luna tinha duas semanas fui vê-la. Bem fui ver três cachorrinhos e não sei bem qual deles era ela... no dia 5 de setembro de 2004 bateram à porta da minha mãe e eu fui abrir, e aparece-me a dona dos cães com a Luna agarrada por baixo dos braços e diz: "-Olá mãe!" Peguei logo nela, coitada com um mês de idade só fazia era dormir e veio comigo para o alentejo nesse mesmo dia... com muitas paragens pelo caminho (risos). Desde então temos sido inseparáveis, apenas passei uma semana seguida longe dela, mas foi porque fui para a Covilhã num destacamento da minha Esquadra e os meus pais ficaram com ela. De resto nunca passámos mais do que dois ou três dias separadas. 7 anos de memórias, em 7 anos ela esteve sempre lá, e às vezes parece que até percebia que eu não estava bem. Em 7 anos muita coisa aconteceu, entre lágrimas e gargalhadas e companheirismo. Confesso que nem sempre fui justa com ela, às vezes perdia a paciência quando ela se portava mal, ou quando se tornava chata porque estava sempre a pedir atenção... Mesmo assim sinto a falta dela, e foi a coisa mais difícil e mais dolorosa que eu alguma vez fiz na vida foi ter de a dar. No entanto sei que ela vai ser muito mais feliz lá do que seria aqui. Com um bebé a caminho não restaria muito tempo para lhe dar a atenção e os mimos que ela merecia e as pessoas que ficaram com ela, felizmente não são totais desconhecidos e sei que adoram animais. Além disso posso ir vê-la quando quiser... ainda não fui porque acho que isso acabaria por tornar as coisas mais difíceis tanto para mim como para ela. Mas sei que logo na quarta feira, quando a vieram buscar que andou a brincar na rua nessa noite, coisa que aqui era impensável, pelo menos não sem trela. E no dia seguinte de manhã foi com a mãe da nova dona ao pão. Ela adora passear, e só por isso sei que está mais feliz. Também sei que até anteontem dormia e comia bem, e estavam a enchê-la de mimos e goluseimas. Não poderia ter encontrado melhores donos para ela. Ainda assim sinto muito a falta dela, às vezes oiço um barulho aqui em casa e fico sossegada porque penso que é ela, depois é que raciocino e me lembro que ela já cá não está e quando vou ver é a nossa gata Ísis. Custa-me chegar a casa e não ter uma de duas coisas: Ou uma recepção efusiva de boas vindas ou uma cadela escondida encolhida a um canto no quintal a ganir baixinho porque fez asneira. Há muitas situações que faziam parte do nosso dia a dia que já não fazem, e está a ser-me difícil habituar. Ainda ontem estava a fazer o jantar, e era com atum, dei por mim a abrir as latas de atum devagaríssimo porque a Luna era doida por atum e não podia ouvir abrir-se um lata que vinha logo a correr e depois não me saía da frente dos pés. Depois é que me lembrei que afinal não era preciso estar com tanto cuidado. Enfim foram muitas lágrimas nestes últimos tempos, e só escrevo agora porque só agora é que me sinto suficientemente recuperada para escrever sobre o assunto sem que me desfaça em lágrimas.
Enfim, para dificultar tudo isto também terminei o Programa Ocupacional em que estava inserida e, consequentemente, passo mais tempo em casa. Quarta feira passada foi um dia de muitas despedidas. Depois ainda há a nossa gata que anda meio triste também, apesar de elas aparentemente não se darem muito bem, eram a companhia uma da outra. Quer dizer, elas não se davam bem à nossa frente porque se nos esquecêssemos da porta do quarto aberta quando saíamos, iam as duas dormir para a nossa cama.

Sobre o bebé. Então fiz o tal rastreio à 13ª semana e a médica disse-me para lhe ligar dali por duas semanas para saber o resultado no caso de ser necessário fazer a amniocintese, foi o que fizemos na quinta feira, e o resultado revelou que à partida estava tudo bem e que não seria necessário. Hoje estou com 15 semanas e 6 dias, amanhã entro na 16ª semana. Já fui à segurança social pedir os impressos para o subsídio de natalidade. Tinha andado a pesquisar e pelo que tinha visto em fóruns só se recebia a partir da altura em que metêssemos os papeis, mas afinal não é assim, a senhora da segurança social que era muito simpática disse-me logo que não fazia mal eu pedir só agora porque ia receber a partir da 13ª semana. É uma boa notícia. Bem, não há nada de novo a acrescentar, tenho a consulta mensal no dia 14 e algures durante essa mesma semana tenho a consulta com a obstetra, vamos tentar ver o sexo do bebé. Espero que consigamos saber, para podermos começar a comprar as coisinhas :)

P.S.: Esta é a minha amiga Luna de quem eu estou a morrer de saudades:

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Ecografia




Tal como prometido, aqui está o nosso bebé tal como era na semana passada :)


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

13 semanas e dois dias

Hoje é sexta feira, estou de folga em casa. Na quarta feira tive consulta com a Obstetra. Foi um pouco demorada, fiz o rastreio para o mongolismo, e a ecografia de despiste das trissomias. A consulta era as 18:15 e chegamos mais um menos 10 minutos antes. Ficámos um pouco à espera que a marcação anterior saísse. Depois chamaram-nos, eu e o Pedro entrámos, sentámos-nos e a médica perguntou se tínhamos vindo para o despiste. Ela já nos tinha explicado o que se ia passar durante o despiste na consulta anterior. Para que servia e como era feito. 
A ecografia das 12 semanas (que é feita entre as 11 semanas e as 13 semanas e 6 dias) serve para medir a translucência da nuca e verificar a existência ou não de ossos do nariz. Se os valores da translucência da nuca estiverem a cima do limite (2,5) e não tiver osso do nariz, há um risco aumentado de o feto ser portador de uma doença congénita tal como a trissomia 13 ou 18. (é um despiste, não quer dizer que fetos com estes valores não sejam saudáveis). Quando se verifica isto procede-se à amniocentese, que consiste em inserir uma agulha através do abdómen, de forma a chegar à placenta para se recolher líquido amniótico. Este é um procedimento invasivo e põe a gravidez em risco, pelo que hoje em dia é apenas praticado em gravidezes em que a mãe tem mais de 35 anos, as mães mais velhas têm mais probabilidade de ter filhos com doenças congénitas, ou em mulheres cujos resultados dos exames estejam fora dos limites e, portanto, indiquem risco de o feto não ser saudável. O despiste da trissomia 21 é pago, 60 euros, é feito num laboratório no Porto, e é opcional. Nós optamos por fazê-lo, e para que ficasse mais barato, pedimos uma credencial à médica de família, e assim ficou por metade do preço. Este despiste consiste num inquérito sobre historial médico, hábitos, etc... foram cerca de 10 perguntas, mais ou menos, a isto juntou-se uma amostra de sangue da mãe, (uma picadinha no dedo e 4 dedadas de sangue num cartão tipo impressões digitais) no meu caso foram duas picadinhas no dedo e dedo muito espremido pela médica para conseguir as tais dedadas. Junto com estes dois procedimentos ainda seguiu a informação da ecografia, e o tempo de gestação. Explicado que ficou o procedimento, vou contar como correu. Depois da médica perguntar se iamos fazer o despiste, e respondermos que sim, tirou um envelope, um bloco com formulários e um cartão com 4 circulos, onde as minhas gotas de sangue iriam ficar. Começou a fazer perguntas, não me lembro de todas, mas perguntou se até ao bisavô se tinhamos, eu ou o Pedro, alguma outra etnia na família, perguntou sobre o tabaco, se eu fumava, quantos cigarros fumava, respondi que antes de engravidar fumava um maço mas que reduzi quando soube que estava grávida, e a intenção é mesmo deixar, gradualmente para evitar a ansiedade. Perguntou também por doenças na família, diabetes, casos de espinha bífida e por aí. Não temos conhecimento de nenhum dos casos portanto respondemos que não. Ela fez mais perguntas mas não me lembro de todas, a seguir disse ao Pedro para esperar um bocadinho e mandou-me descalçar e pesar-me, 48,200 Kg, mais 300 gramas do que uma semanas antes. Mandou-me deitar na maca e chamou o Pedro, virou um monitor para ele e eu vi pelo monitor que estava lá em cima virado para mim. Pôs-me o gel na barriga, gelado, e começou a ecografia, assim que encostou o aparelho à barriga o bebé estava virado para a frente mas deu um salto e voltou-se de rabo para nós (risos), deve ter sido uma reacção quando sentiu a barriga a ser carregada. Depois a médica lá mexeu o aparelho e apanhou-o de lado para medir a translucência da nuca, 1,2, muito abaixo do limite. Estava um pouco nervosa, tinha receio que não estivesse tudo bem, e quando ela disse que o que ia medir fiquei mesmo muito nervosa, ainda por cima ela não disse logo que estava tudo bem, mas pronto, a seguir foi tentar ver os ossinhos do nariz e lá estava um narizinho formado, tão fofinho!!! a esta altura o bebé estava deitado de barriga para cima, portanto via-se de perfil. Depois fez uma coisa a que ele deu o nome de corte transversal para ver os bracinhos, e lá estavam, primeiro um bracinho com uma mãozinha e depois o outro bracinho, viu a espinha, o cérebro, o coração, o estômago, ainda nos mostrou os maxilares, superior e inferior, acho que viu mais orgãos formados mas eu não me consigo lembrar, mas acho que era pelo menos mais um, bem tudo o que se tinha de ver a esta altura, ela viu, e estava tudo normal. as perninhas também, a única coisa que ela não conseguiu ver com muita nitidez, por causa da posição do bebé que não parava quieto, foram os pés, viu-se mas não muito bem, mas a médica disse que na próxima ecografia já deveremos conseguir ver melhor. Lá pelo meio da ecografia ela ligou qualquer coisa que dá cor ao sangue, e mostrou-nos o circuito que o sangue faz, entra pela placenta, através de uma das artérias do cordão e vai até ao coração do bebé que distribui pelo resto do corpinho. Ainda havia ali uma zona colorida que a médica disse ser sangue da mãe. Ligou também o som, para ouvirmos o coração, primeiro ouviu-se o meu sangue a ser bombeado, através da artéria, e depois ouviu-se o do bebé, estava a 160, tudo normal aqui também. E depois acabou a ecografia, a médica ainda tentou tirar uma foto ao bebé que estava de frente para nós, mas no momento em que ela tirou a foto o bebé deu a volta e ficamos com uma foto do bebé virado de rabo para nós ( risos). Depois disse que estava tudo bem, que o bebé tinha as medidas certas para a idade gestacional, 7,25 cm. O Pedro foi-se sentar no sítio onde estava, eu limpei a barriga e calcei-me e fui para a cadeira que o Pedro estava a usar na ecografia e a médica fez-me a picadinha no dedo para tirar a amostra de sangue. Espremeu, espremeu, e comentou "Esta mulher não tem sangue!" (risos) lá me colou o dedo ao papel, mas a amostra era tão fraquinha que ela teve de me picar novamente. Depois de muitas espremidelas já estava. Voltamos para a secretária dela, onde apontou os dados que eram necessários no resto do inquérito, dobrou a folha juntamente com a credencial dá médica de família e meteu tudo dentro do envelope, disse-nos que tínhamos de esperar cerca de 20 minutos, mais ou menos o tempo que demorava a consulta seguinte (que se veio a revelar de mais de uma hora ), para o sangue secar para poder pôr o cartão dentro do envelope a que juntamos 30 euros para pagar o exame e que metemos no dia seguinte no correio. Ainda perguntei à médica quando seria possível sabermos o sexo do bebé, e ela respondeu que com muita sorte dali por um mês, na ecografia das 17 semanas, se não só no estudo morfológico às, não sei se ela disse 20 ou 21 semanas. E pronto, foi isto. Fomos la para fora esperar e quando finalmente os longos 20 minutos passaram, viemos embora. 

P.S.: Não ponho hoje a foto da ecografia porque não tenho aqui o cabo para ligar o telemóvel ao PC, para poder passar a foto, mas prometo que assim que tiver meto aqui :)

domingo, 15 de janeiro de 2012

12 semanas e 5 dias

É verdade, o tempo passa a correr, ainda "ontem" eram apenas 5 semanas e o teste positivo e agora já existe uma barriguinha saliente e o bebé já mexe a toda hora, mas eu ainda não senti nada :(. Há pessoas que às doze semanas já sentem... também me disseram que os movimentos do bebé a esta altura podem ser confundidos com os gases nos intestinos, e uma vez que a grávida fica mais presa (e eu já o era), torna-se mais difícil de distinguir. Esta semana fui a duas consultas, houve uma confusão com as datas porque o centro de saúde se enganou e mandou-me uma carta com a data errada, então ficou para esta semana. A primeira consulta foi na terça feira, com a enfermeira e médica de família. Uma manhã inteira. Primeiro com a enfermeira para os exames da praxe, xixi para o copo, para detectar alguma infecção urinária e afins, nada, estava tudo bem, depois tensão, 10 - 5, para variar, baixa, já me habituei às tonturas e a não poder fazer movimentos repentinos. Depois o peso, 48, um quilinho este mês, tudo dentro do normal... Depois foi buscar lá o instrumento para ouvir o coração do bebé, não deu para ouvir. Depois com a médica de família, as perguntas do costume para a primeira consulta, e os conselhos do costume também. Nada de comer saladas fora, em casa só muito bem lavadas e desinfectadas, carnes cruas e enchidos e presunto é completamente proibido, fiambre só cozinhado... enfim, tudo o que já sabia e que já tinha ouvido milhões de vezes. Ainda lhe pedi a credencial para o despiste do mongolismo que vou fazer para a semana. Tem de ser às 13 semanas. Saí de lá era quase 1 da tarde, estava lá desde as 9. Depois na quinta feira tive consulta com a enfermeira da especialidade. Não demorei lá tanto tempo, felizmente. Desta vez fui sozinha porque o Pedro estava a trabalhar, e como o pai só pode tirar 3 dias para acompanhar a mãe a consultas, durante a gravidez inteira, optamos por ele estar presente nas mais importantes. Gostei muito da enfermeira Úrsula, muito simpática. Lá fui fazer xixi para o copo. Tudo igual, a tensão também estava igual, e o peso estava parecido, menos 100 gramas. Depois foi buscar o instrumento para ouvir o coração, deitei-me na maca e a enfermeira carregou-me na barriga para o que presumo perceber onde estava o bebé, pediu-me para não contrair o músculo abdominal e depois de duas carregadelas meteu o gel no aparelho e toca de auscultar a barriga. Primeiro ouviu-se a artéria a bombear o sangue, e um ligeiro movimento para o lado e lá estava ele. O coração do nosso bebé, que agora já não é apenas um feijãozinho porque já mede entre 6 cm e 7cm e qualquer coisa. Estava com o ritmo cardíaco normal entre os 150 e 160, (o dobro do ritmo da mãe). Sorri quando ouvi, a outra enfermeira tinha-me dito que às 12 semanas era muito difícil. que só lá para as 16 é que dava para ouvir com aquele aparelho. Disse isto à enfermeira Úrsula, e ela respondeu-me que a outra enfermeira não era da especialidade e que era normal ter dificuldade em apanhar os batimentos cardíacos do bebé.
Depois, como era a primeira consulta, tive direito a uma prenda, uma caixinha com várias coisas lá dentro, algumas amostras, de creme anti esterias, champô e gel de banho para bebé, uma fralda e toalhetes para recém-nascidos, uma chupeta alguns panfletos, publicidades e duas revistas, a Pais e Filhos, e uma outra "Bebé" ou Bebés. Qualquer coisa do género.
De resto não há mais novidades. Está tudo mais ou menos na mesma.

sábado, 7 de janeiro de 2012

E continua...

Após uma pausa na escrita, voltei... :)
Depois do exame voltamos a sentar-nos e a continuar com as perguntas da praxe... a médica disse que eu tinha um óptimo sangue mas que não sou imune a toxoplamose :s e eu a pensar que era, uma vez que sempre tive contacto com gatos e tenho uma gata. Toda a gente me disse para me desfazer dela, mas sou incapaz. Além disso ela quase nem sai de casa, agora no inverno então, passa o tempo enfiada debaixo de mantas e cobertores. Além disso, a toxoplasmose é como a rubéola, apanha-se uma vez e fica-se imune... pode-se apanhar em qualquer altura da vida, às vezes nem se apresentam sintomas, às vezes nem se dá por ela e só se sabe depois de análises ao sangue... os sintomas da toxoplasmose são os de uma simples constipação... não é grave, mas é perigosíssimo durante a gravidez, tanto uma como outra pode levar a malformações do bebé... depois ainda falei com uma amiga minha que tem um amigo que é veterinário e que diz que o contágio de toxoplasmose pelos gatos constitui uma percentagem ínfima... para começar é preciso tocar nas fezes dos gatos e depois é preciso que a bactéria que está nas fezes entre em contacto com a boca, ou seja tem de ser ingerida, e isso só acontece com gatos contaminados... É muito mais fácil contrair a doença através dos alimentos, qualquer fruto ou vegetal que cresça directamente na terra, ou através da carne de porco mal passada (de que eu nem sequer gosto) ou de carne não cozinhada, enchidos, presunto, fiambre... Tenho tido cuidado com isso, saladas só em casa, muito bem lavadas, com vinagre, e evito os enchidos e afins... De resto a médica disse que estava tudo bem com a mãe e com o bebé... 
Voltamos para casa, e é claro que tive de tirar foto à ecografia e mandá-la para a minha mãe, para a minha irmã e para a Ana. Depois meti no facebook, é incrível a vontade que tinha de dizer a toda a gente que estou grávida, que tenho um bebé a crescer dentro de mim... Ainda falei com a médica do sono que tinha, e de como andava sempre mal disposta e ela receitou-me o famoso nausefe. Disse para tomar 2 à noite e um de manhã... Péssima ideia!!!!!
Quando chegamos fomos jantar com os meus sogros, que tinham já feito contas connosco, aliás, a minha sogra veio connosco à consulta mas não quis entrar. Eu acho que ela até gostava de ter entrado mas preferiu dar-nos privacidade  uma vez que a primeira ecografia, e com o tempo que eu tinha era endovaginal. Da próxima já a convido para entrar, acho que ela ia gostar. Tem feito tanto por nós e sei que teve muito pouco contacto com a gravidez dos outros dois netos, os gémeos, que são do irmão do Pedro... acho que é uma alegria que lhe dou e não me custa nada. De certa forma tenho pena que a minha mãe não estar aqui para assistir também... apesar de andar um pouco às avessas com ela e de não falar com ela há 3 dias, ainda está chateada comigo por causa da história da madrinha, e eu também estou chateada por vários motivos, portanto, ela não me liga, eu também não lhe ligo e portanto andamos assim. De qualquer forma eu é que estou grávida e se não me liga é porque também não está muito preocupada. Enfim, mágoas desnecessárias, se ela tem cabeça dura eu também tenho, e desta vez não vou dar o braço a torcer, desta vez também quero um bocadinho de tolerância... Estou grávida, quanto mais não seja, que me tente evitar situações de stress, e se pelos vistos comigo não consegue evitar dizer-me as coisas com um certo cuidado, então vale mais não dizer nada mesmo. Enfim, que ia passar por isto sem o poder partilhar com o meu irmão, que resolveu virar as costas à família por uma qualquer que não queria ter que lidar com a filha dele, já eu estava mentalizada, aparentemente também não o posso partilhar com a minha mãe... disso não estava à espera, mas não me posso por a pensar nisso porque se não começo outra vez para aqui a chorar feita Maria Madalena, (malditas hormonas), e depois, ela é que perde! 
Mas voltando ao assunto... Estava a relatar os acontecimentos até à actualidade, e íamos no final da primeira consulta... Depois disto quem ainda não sabia, acabou por ficar a saber, claro. O Nausefe foi uma péssima ideia porque me deixam quase drogada... Fico cheia de tonturas, mesmo deitada fica tudo a andar à roda e ando um dia inteiro a dormir. Em caso de necessidade tomo apenas um e é a noite, se não não conseguia aguentar o dia... 
Já se passaram umas semanas desde então e estou com 11 semanas e 4 dias.... estou prestes a ter a consulta das 12 semanas, estou ansiosa para voltar a ver o meu feijãozinho que agora é muito maior, e a barriguinha até já se vai notando... Estou ansiosa para voltar a ouvir o coraçãozinho bater, é como se fosse música, e confirmar de que continua tudo bem. Não me tenho pesado, tenho de comprar uma balança para poder começar a controlar o peso, para já não estou muito preocupada porque sei que apenas ganhei barriga e peito.... o resto do corpo continua igualzinho...
Bem, por hoje é tudo... Volto a escrever quando tiver mais notícias.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Continuação do anterior...

Esquecendo aquele meu desvio do que realmente interessa, contamos a família e o Pedro pediu-me para contar aos amigos mais chegados, o Padas e o Mourenho... Mas quando dei por ela ele tinha posto o telemóvel a chamar para a Ana que é não tão só a minha melhor amiga como mana do meu coração, apesar de não o ser de sangue... foi aquela pessoa que esteve sempre lá, incondicionalmente, quando mais ninguém estava, quando todos me viraram as costas...Dito isto, quem ler o coment que ela pôs no post anterior tem uma descrição exacta do que ela sentiu quando lhe contei que ia ter um bebé, mas de qualquer maneira não fica nada mal poupar os meus leitores a ir ver o comentário e faço uso das teclas Ctrl + C, Ctrl + V : "Já te contei a minha reacção à notícia, e juro-te que não estava a exagerar. Eu, no meio de uma festarola, e já em fase de exorcização advinda de algum cansaço (diga-se a beber para esquecer as horas de sono perdidas a estudar), heis que quando recebo a notícia tinha eu um copito de sangria na mão (onde antes tinham estado muitos outros copitos...risos). Bom, palavra de honra que fiquei nesciamente a fitar o copo de sangria e julgo até que quase o insultei. 
A minha maninha grávida...! Rewind...rsrsrsrsrsrs (levei esta minha máquina idiossincrática a voltar atrás e perceber a info que acabara de receber). A constatação do óbvio foi um choque, mas não pelo lado negativo. Mas tive por momentos a sensação de ver a nossa vida passar-me pelos olhos em fracção de segundos. Nove anos, éramos tão miúdas, mas com uma maturidade surreal infligida pelo que a vida nos fizera. A minha maninha, a parceira de todos os meus dramas, mas também das minhas alegrias, deu o salto, passou de menina a mulher num piscar de olhos e eu nem havia dado conta da passagem. 
Estou feliz por ti de uma forma que dificilmente saberei esmiuçar por palavras. De uma coisa estou certa, não será nem o tempo nem a geografia que nos afastará. E mesmo na minha ausência física, eu estarei sempre contigo, porque de um jeito que eu não sei explicar, tu fazes parte de mim. P.S.: E não te preocupes, porque nem mesmo esse feitiozinho oriundo das hormonas fervilhantes me farão afastar de ti...és linda, em todos os aspectos líricos da palavra bem como os empíricos. E não só sei, como tenho a certeza que irás ser uma excelente mãe." e foi assim que ela reagiu, a perguntar ao copo se lhe estava a pregar uma partida. hehe. 

Passaram-se os dias comigo a tentar interiorizar o que já estava interiorizado na verdadeira acepção da palavra, se me permitem o trocadilho...


Nada digno de grande nota tirando a mudança radical de comer que nem uma loba para o não poder cheirar comida que ficava logo com o estômago colado à garganta... e sono, taaaaaaaaaanntttttoooooooooo sono!!!! 


Algumas discussões com o Pedro por causa das minhas alteração de humor, ao ponto de tentar acertar com um prato cheio de comida na lareira mas consegui acertar foi na alcatifa, sinceramente não me lembro pelo que foi nem o que era a comida... ele a tentar adaptar-se aos aspectos menos bons da gravidez... e eu também... é muito, muito mau lidar com as hormonas, acreditem, e se és daquelas que sofre de TPM do estilo de chorar baba e ranho por causa de uma caixa de cereais (risos) não vai ser fácil porque esta espécie de TPM é exponencialmente superior... é duro para nós e sobretudo para quem nos atura... de certa forma tenho conseguido controlar... não com muito sucesso porque é acabo sempre por me irritar com alguma coisa, mas respirando fundo e não prolongando o acesso de mau humor, não é o ideal mas é um progresso.
Eis que chega a primeira consulta após o pedido de médico de família (nisso tenho muita sorte em ter sogros enfermeiros que conhecem toda a gente e conseguem dar andamento as coisas muito mais rápido) para aí uma semana depois de ter entregue os papeis ja tinha o papel da isenção... fui então a consulta... pesaram-me, mediram-me a cintura, na zona da barriga, e a tensão (9-4) porque será que tenho tanto sono? (risos) ralhete por causa de 3 quilos a mais, mas para não parecer exagerado tira-se um quilinho e mete-se essa informação no boletim da grávida... fica muito melhor 2 quilos em vez de 3... a balança dizia 48 mas lá fiquei com 47 que é provavelmente o peso verdadeiro que tenho agora, uma vez que o apetite sumiu e ultimamente estive com o sistema nervoso alterado, o que me afecta o estômago. Adiante, lá fiquei com o boletim, não cheguei a ser vista pela médica, acho que não tinha tempo naquele dia, por isso no dia seguinte quando a minha sogra foi a uma consulta com a mãe dela, a médica passou-lhe logo a receita para os exames, análises e ácido fólico... a consulta de obstetrícia foi logo pedida para o hospital de Beja e dias mais tarde recebi a carta de lá a convocar-me para consulta no dia 10 deste mês (terça-feira que vem). Entretanto os meus sogros marcaram uma consulta para uma obstetra particular, dois dias depois da minha primeira consulta. De acordo com a informação que eu tinha dado o bebé estaria à altura da consulta particular com 8 semanas e 2 dias, falhamos por 1... 
Lá fomos, eu o Pedro e a sogra até a consulta no dia 15 de Dezembro, esperei a minha vez, nervosa, com aqueles receios de que não estivesse tudo bem, armada de análises já feitas na sexta feira anterior. A nossa vez chegou e lá entramos, a médica assim que me viu disse logo: "Você é uma passarinha!" o Pedro achou muita piada a expressão, volta e meia usa-a, acho que ainda não se apercebeu que apesar da médica ter usado o termo para definir a minha estrutura, é também um termo muito usualmente usado para denominar o orifício por onde, se tudo correr bem, o meu filhote vai sair (risos). Lá nos sentamos, perguntas da praxe e finalmente o momento que apesar de desagradável, mas tão esperado chegou, hora de ecografia... as 8 semanas ainda é cedo para se conseguir ver o bebé numa ecografia normal pelo que foi endovaginal... lá me despi, e me deitei/sentei naquela cadeira com tudo exposto, mas a médica foi excepcional e lá começou o exame, perguntou-me se tinha algum corrimento, eu disse que nada de substancial, uma coisa ligeira, nunca tive muito tirando na ovulação... ela disse que ia ver como é que estava, e disse que realmente não era praticamente nada e portanto sem motivos para preocupações. Entretanto disse que me ia medir a bacia, não sei com que instrumento o fez sei que era para aí da grossura de uma palhinha, a isso não fez comentários, presumi que estava tudo bem, e depois lá vestiu o preservativo à sonda e começou o exame... deu logo com o nosso pequenino com 1,61 cm, idade 1 semana e 3 dias, batimentos cardíacos 167 bpm, parecia um comboio, e até deu para ver o sangue a ser bombeado para o coraçãozinho e a ser bombeado pelo coraçãozinho... e aquele som do coração... TENHO UM BEBÉ DENTRO DE MIM!!!!!
Peço imensa desculpa mas hoje estou mesmo muito cansada, continuo a narração amanhã.
Beijinhos

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Como tudo começou...

Bem não vou aqui explicar como é que fiz, evidentemente, pois presumo que toda a gente saiba como se faz... :)
Tudo começou em Outubro, aliás, mais cedo em Julho que foi quando deixei de tomar a pílula porque já a tomava há muitos anos e resolvi parar até porque estava a trabalhar numa piscina como vigilante e tinha a cara cheia de manchas por causa do sol e da pílula, era aquilo a que curriqueiramente chamam de "pano" e que curiosamente costuma surgir durante a gravidez... como devem calcular não é agradável ter a cara com manchas acastanhadas principalmente quando estas se concentram na zona do buço :( enfim, seja como for deixei de tomar a pílula. Como estou desempregada, eu e o Pedro já tínhamos falado em ter um bebé, mas que esta não seria a melhor altura, mas que quando eu conseguisse um emprego que começaríamos a tentar. Para esclarecer algumas dúvidas eu estava, e estou a trabalhar num programa ocupacional através do centro de emprego, portanto apesar de trabalhar a minha situação mantém-se como desempregada uma vez que estou a receber o subsídio de desemprego em vez de um ordenado a sério, e não faço descontos. Mas continuando, deixei então de tomar a pílula e começamos a ter algum cuidado (não muito, diga-se de passagem). Em Outubro do ano passado lá veio a menstruação, como sempre, atrasada meia dúzia de dias, como sempre (nunca fui muito certa) e lá fizemos a nossa vidinha (não foi bem como sempre)... os dias foram passando e eu, distraída como sou nem dei pelo tempo passar e que deveria fazer as contas (mais ou menos porque não é fácil para pessoas que não têm o período muito certo) para ver se estaria ou não próxima do período de ovulação... na tarde seguinte à noite da brincadeira fui à casa de banho fazer um xixi e quando me limpei apercebi-me que estava a ovular :  ups!
Nessa tarde quando o Pedro chegou a casa contei-lhe! Nessa mesma semana contei à minha melhor amiga essa possibilidade, e ela disse : "Também não há-de ser logo assim tiro e queda logo ao primeiro descuido!" (risos).
O tempo foi passando, e passando e eis que fiquei descansada (pode parecer que eu não queria esta gravidez, mas era apenas pelo motivo de estar desempregada, no fundo queria muito, mas estava a espera de ter uma altura melhor), continuando, fiquei descansada porque comecei a ter cólicas e dor no peito e TPM, tudo ao mesmo tempo. O período estava para vir e havia de chegar dentro de 5 ou 6 dias (ou 9 meses, lol). Entretanto o tempo foi passando, passando e o dito incómodo não havia meio de aparecer e o peito cada vez me doía mais, e estava a ficar mais inchado do que o que era costume na altura da menstruação. A estes sintomas juntaram-se outros que não eram de todo naturais em mim. Sempre fui um pisco para comer, o meu peso normal situa-se entre os 42 e os 45 quilos, e quando vou ao macdonalds nunca consigo comer mais do que meia duzia de batatas se não o CBO fica a meio... Dou por mim certo dia no Mac. a comer 2 nuggets um CBO, batatas até mais não, e ainda comi mais dois nuggets que a minha irmã deixou. Resultado: O Pedro olhou para mim e perguntou: - o que é que se passa contigo? e eu com olhinhos de cachorrinho abandonado respondi: - Então... tenho fome!!!, juntando ao aumento de apetite as tonturas matinais e o olfacto apurado certo dia de manhã estava no trabalho (estou a trabalhar num escritório, ainda pelo tal programa ocupacional) e uma das minhas colegas abre um pacote de pastilhas ... (um aparte) tenho 3 colegas no gabinete, duas delas são mães, uma de um menino de ano e meio e a outra de um menino de 9 meses, na altura tinham 14 e 7 meses, respectivamente. A que é mãe do menino de ano e meio todos os dias, ou quase, me dizia : -"Não queiras começar a pensar em ter um bebé, não! Olha que já não vais para nova!" Tenho 29 anos. E a que é mãe de um menino de 9 meses já tinha estado a falar com ela no dia anterior, comentei que me doía o peito e ela perguntou se me estava para vir o período, e eu disse que já era para ter vindo e ela começou-se a rir e disse-me que se calhar era melhor fazer um teste de gravidez. (fim do aparte) estava ela a abrir o pacote de pastilhas, e eu desde manhã que estava com um sabor estranhissimo na boca, tipo metal ou coisa parecida, e disse: "- Dá-me aí uma pastilha que eu hoje tenho a boca a saber a ferro!", ela começou-se a rir. Enfim, nesse dia decidi ir comprar o teste de gravidez. O meu sogro, noutra altura em que o período estava atrasado tinha dito para não gastarmos dinheiro num teste de farmácia porque íamos ao hospital e lá não se paga, (e como ele é enfermeiro era logo o primeiro a saber, lol) mas eu não quis dizer nada a ninguém e quando o Pedro chegou a casa disse-lhe que era melhor irmos comprar o teste porque o atraso já era grande e os sintomas do dito incómodo já tinham vindo e ido (excepto as dores no peito que cada dia me doía mais e estava cada vez mais inchado) e que eu andava esquisita... lá fomos beber café e depois passamos pela farmácia para comprar o teste... Assim que cheguei a casa fechei-me na casa de banho... era um teste de 5 minutos, "... embora em alguns casos o resultado apareça em menos de 1 minuto..." o meu apareceu assim que a palhinha do teste ficou toda molhada... O que é que senti? Não sei explicar, pessoalmente sempre fui muito lenta a digerir as coisas importantes que me acontecem, é como se eu estivesse a olhar pela janela a ver a vida de outra pessoa, é como se fosse tão distante que não é a mim que está a acontecer, fico simplesmente apática a espera que me chegue ao coração a informação que já chegou à cabeça. De uma forma resumida, sei que me está a acontecer mas não sinto que me está a acontecer... foi assim que fiquei, foi assim que saí da casa de banho com o teste na mão, em cima da folha dobrada, com a parte que explicava o resultado do teste visível, para não ter de falar, e foi assim que respondi ao "- Então amor?", e depois "Estás grávida!?" Pontuei a pergunta/afirmação do Pedro com "!?", não porque ele estivesse indignado mas porque ao mesmo tempo que constatou que eu estava grávida estava a perguntar, de certa forma para que eu lhe confirmasse o que os olhos dele estavam a ver. Respondi-lhe com um: -" E agora?"... Ele eufórico, eu apática, quis logo ligar aos pais, eu achei que era cedo, mas ele é mesmo assim, quando está feliz adora partilhar com toda a gente, pelo que permiti se não ele ainda me explodia ali de eufórico que estava. A mãe dele quis falar comigo, mas eu sou mesmo assim, deixem-me estar sossegada no meu canto, não me digam nada, não quero falar com ninguém, deixem-me digerir as coisas ao meu ritmo, deêm-me tempo, e então disse que não, que queria pelo menos contar a minha mãe antes de falar fosse com quem fosse, e assim fiz, liguei para a minha mãe e contei-lhe, ela não ficou surpreendida, disse que estava desconfiada porque duas semanas antes quando eu lá estive parece que estava com um brilho ou qualquer coisa do género. A minha mãe não é muito de se expressar, é mesmo dela, embora eu ás vezes pense que é falta de interesse, sei que ela nunca foi de demonstrar grandes emoções, é do feitio dela. Mas apesar de saber que ela é assim fiquei um bocadinho desiludida com a falta de entusiasmo dela. Mas enfim, lá desliguei o telefone e já estava o Pedro a falar com a tia dele, ou seja aquele lado da família em menos de nada já toda a gente sabia, tentei ligar para a minha irmã, mas ela ou não atendia ou tinha o telemóvel interrompido e depois voltava a não atender, resumindo, o namorado dela, que é primo do Pedro já lhe tinha contado, embora ela e a minha mãe tenham inventado uma desculpa qualquer para encobrir, e embora pelos vistos não me conheçam e pensem que me podem enganar assim com desculpas esfarrapadas, e apesar de ela ter fingido que tinha acabado de acordar, a reacção dela foi notoriamente forçada e mesmo que a minha mãe não se tivesse trocado toda quando eu lhe liguei a dizer que tentava ligar para a minha irmã e que ou estava ocupado ou não atendia, eu teria logo percebido que ela já sabia logo ali... enfim, mas eu passo por cima destas coisas, não vale a pena entrar em discussões e teimosias por causa de coisas tão pequenas, e fingi que acreditei, como em outras situações em que também me tentaram enfiar o barrete, talvez por isso elas achem mesmo que eu sou mesmo burra e hoje em dia nem se dão ao trabalho de inventar desculpas mais elaboradas, mas tal como a minha mãe me ensinou (e esta é uma expressão dela) eu faço-me de parva e a verdade é que quando fazemos que não percebemos acabamos por conhecer bem as pessoas e cada vez que tentam enfiar o barrete fica-se logo a saber, mas continuo a fazer-me de parva, porque afinal de contas se for dizer alguma coisa ainda firo susceptibilidades, à minha irmã porque tem um problema de depressão que se a confrontar com alguma coisa tem logo um crise de nervos, aparentemente eu é que não posso estar grávida e ter atitudes grávida e ter nervos de grávida que só para mim é que não existe tolerância... até o meu irmão que apesar de tudo o que fez e de tudo o que disse, se hoje fosse lá bater à porta, tinha-a escancarada... enfim... Mas acabei por divagar por uma situação que me ficou a remoer e desviei-me do assunto em causa. Acabamos então por contar à família e aos amigos mais chegados nessa mesma noite... Se calhar deixo resto para amanhã, por agora estou a lutar contra as hormonas para não partir a casa toda do stress com que fiquei hoje por causa da minha mãe e da minha irmã!!! Amanhã continuo.

Estou grávida

Há já algumas semanas que pensava em escrever um blog para servir de diário da minha gravidez. Nestes últimos dias tenho visto alguns e é realmente engraçado acompanhas experiências como aquela porque estamos a passar, e revermos-nos nas palavras dos outros. E finalmente decidi, embora não tenha começado tão cedo como a maior parte dos blogues que tenho visto, pois já estou grávida de 11 semanas, e já sei desde as 4 e alguns dias. Mas nunca é tarde para começar e eu começo agora com o seguinte anúncio: Pessoal, estou grávida! :)